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| - “Querem saber qual é o verdadeiro crime ambiental na Torre Bela!? É espreitarem as imagens de satélite. 800 hectares, tudo rapado! E o Partido Socialista votou a favor do Interesse Público do Projeto”, lê-se na mensagem da publicação em causa, terminando com uma pergunta em forma de acusação: “A quem aproveita o crime?”
Questionada pelo Polígrafo, fonte oficial da Herdade da Torre Bela confirma que a imagem “é verdadeira” e explica que “retrata a gestão normal, legal e legítima do projeto florestal da Herdade da Torre Bela, que decorre no estrito cumprimento do Plano de Gestão Florestal (PGF), com certificação FSC, que prevê o corte de árvores de forma ordenada e previamente calendarizada”.
Por outro lado, os proprietários da Herdade da Torre Bela garantem não existir qualquer relação “entre o corte de árvores e a montaria” – que se realizou nos dias 17 e 18 de dezembro, resultando no abate de 540 animais -, nem com “qualquer outro projeto da Herdade da Torre Bela, nomeadamente a instalação de uma central fotovoltaica“.
O corte de árvores está relacionado com um projeto florestal de eucaliptos. Na explicação apresentada ao Polígrafo, os responsáveis esclarecem que “o eucalipto é uma espécie que, após cortada, volta a rebentar em várias varas que são depois selecionadas, por forma a que permaneçam apenas uma ou duas dessas varas, concluídos o primeiro e segundo cortes”.
“A produtividade do terceiro corte é de cerca de 60% do segundo e o segundo de 90% em relação ao primeiro. Os cortes ocorrem a cada 10-12 anos, dependendo da zona do país e do tipo de solo, o que significa que uma florestação com eucaliptos deve ser substituída ao fim de 30-36 anos, pois a produtividade é muito baixa“, sublinha-se.
A Herdade da Torre Bela foi florestada pela primeira vez “entre 1985 e 1986”, sendo que o primeiro corte foi efetuado “12 anos depois e o segundo há 11 anos. Enquanto projeto florestal é este o período adequado para fazer o repovoamento”, indica a mesma fonte, sublinhando que a imagem “é absolutamente normal na preparação de uma reflorestação” e que a propriedade “mantém muitas outras áreas florestais de dimensão equivalente à que foi cortada”.
A proposta de instalação de uma central fotovoltaica na Torre Bela foi aprovada pelo Executivo Municipal da Azambuja no dia 22 de setembro de 2020, com quatro votos a favor (do PS) e três votos contra (dois do PSD e um da CDU).
Fonte oficial da Câmara Municipal da Azambuja indica ao Polígrafo que, tendo em conta que ainda estava a decorrer a consulta pública promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) do Estudo de Impacto Ambiental do projeto, o Executivo Municipal revogou a deliberação por unanimidade no dia 15 de dezembro de 2020.
“Resumindo, não existe nenhum reconhecimento de Interesse Público Municipal por parte quer da Câmara Municipal quer da Assembleia Municipal da Azambuja a favor da instalação de uma Central Fotovoltaica na Quinta da Torre Bela”, conclui.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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