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| - “A segunda figura da nação (…) chamou analfabetos às pessoas do Norte”, acusa post desta quarta-feira, 13 de abril, divulgado no Facebook. A Augusto Santos Silva é atribuída a seguinte citação: “As pessoas do Norte têm uma certa dificuldade em distinguir o ‘trabalhamos’ do presente do ‘trabalhámos’ do passado.” Será autêntica ou apócrifa?
De facto, na sessão de apresentação do balanço intercalar do Plano de Ação na Resposta Sanitária à pandemia Covid-19 em países lusófonos, a 24 de fevereiro de 2021, o então ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, acompanhado pela Ministra da Saúde, Marte Temido, falava sobre o envio de cerca de um milhão de vacinas contra a Covid-19 aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste, o que correspondeu a uma afetação de 5% das suas vacinas à cooperação bilateral.
No mesmo encontro, que durou cerca de uma hora, Santos Silva, recém-eleito Presidente da Assembleia da República, admitia possíveis ajustes nesta distribuição e falava nos atrasos das farmacêuticas: “Neste momento, estamos a trabalhar com essas autoridades na preparação dos respectivos planos de vacinação e na formação de recursos humanos que serão agentes de vacinação.”
Contudo, do discurso de Santos Silva, a frase mais destacada nada teve a ver com as vacinas contra a Covid-19. Foi proferida ao minuto 29 e muito mal recebida pelos internautas que acompanhavam a intervenção do ministro:
“Eu faço notar que o conjunto de doses contratualizadas pela Comissão Europeia para distribuição e aplicação na Europa excede em várias vezes o número de 450 milhões de residentes. Por duas razões: Em primeiro lugar porque várias destas vacinas são de duas doses; mas também porque trabalhámos – com acento no ‘a’, as pessoas do norte têm uma certa dificuldade em distinguir o trabalhamos do presente do trabalhámos do passado, mas neste caso é o trabalhámos do passado – com uma margem de segurança.”
As reações às palavras de Santos Silva não tardaram a inundar as redes sociais: “Sr. ministro, antes de falar no Norte lave a boca com lixívia. O Norte é demasiado nobre para andar na boca de um boca suja qualquer”; “O que é isto? As pessoas no Norte têm dificuldade em distinguir ‘trabalhámos’ e ‘trabalhamos’ na prática. Só porque sempre trabalhámos, trabalhamos e trabalharemos para que seres inúteis que não merecem o ar que respiram possam viver com o fruto do nosso trabalho. Haja decoro”; “‘As pessoas do Norte têm uma certa dificuldade em distinguir o trabalhamos do presente do trabalhámos do passado’. Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, reputado sociólogo e connoisseur da parolice e do provincianismo, a propósito do atraso na vacinação”.
Apesar de se tratar de uma citação autêntica, deve notar-se que Augusto Santos Silva é portuense, da antiga freguesia de Miragaia que integra agora a União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória.
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Avaliação do Polígrafo:
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