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| - “Turismo [em Portugal] já tinha recuperado da pandemia, mas agora vai levar mais uma machadada… Crises seguidas”, lamenta-se num post de 3 de março no Facebook.
Confirma-se que o setor do Turismo em Portugal já tinha recuperado para níveis pré-pandemia antes da guerra na Ucrânia?
No dia 28 de fevereiro de 2022, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou um boletim sobre a atividade turística referente ao mês de janeiro de 2022 (pode consultar aqui). Recorde-se que a invasão da Ucrânia por forças militares da Rússia teve início no dia 24 de fevereiro, pelo que estamos perante os dados mais recentes (até à data do post sob análise).
“O setor do alojamento turístico registou 853,2 mil hóspedes e 2,0 milhões de dormidas em janeiro de 2022, correspondendo a aumentos de 183,7% e 185,9%, respetivamente, superiores aos registados em dezembro passado, +148,9% e +169,7%, pela mesma ordem. Os níveis atingidos em janeiro de 2022 foram, no entanto, inferiores aos observados em janeiro de 2020, quando ainda não havia efeitos da pandemia, com reduções de 39,9% nos hóspedes e 38,8% nas dormidas”, informou o INE.
“Em janeiro, o mercado interno contribuiu com 857,7 mil dormidas (+104,5%) e os mercados externos totalizaram 1,1 milhões (+308,7%). Face a janeiro de 2020, registaram-se diminuições quer nas dormidas de residentes (-20,1%), quer nas de não residentes (-47,9%). Em janeiro, 41,0% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (37,0% em dezembro)”, salienta-se no mesmo boletim.
De acordo com o INE, verificou-se um crescimento de hóspedes e dormidas em comparação com 2021, mas permanece abaixo dos níveis registados no período homólogo de 2020, pré-pandemia de Covid-19.
No que respeita à origem dos turistas, “a totalidade dos 17 principais mercados emissores registou aumentos em janeiro, tendo representado 84,7% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. Em janeiro, o mercado britânico representou 14,6% do total de dormidas de não residentes, seguindo-se os mercados alemão (quota de 13,4%) e brasileiro (9,4%)”.
Concluímos assim que a principal alegação do post não tem fundamento.
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Avaliação do Polígrafo:
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