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| - Os vídeos começaram a circular nas redes sociais ainda no dia de Páscoa, e mostram grupos de pessoas a violar as orientações da DGS e da própria Igreja Católica em relação às comemorações pascais, que tinham sido proibidas por envolverem comportamentos que poderiam potenciar a propagação da Covid-19.
Ora, as imagens mostram que, em pelo menos quatro locais diferentes, grupos distintos de crentes organizaram ações de beija-cruz, nomeadamente em dois lares de idosos, e em duas freguesias, Martim em Barcelos e Vermoim em Vila Nova de Famalicão.
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Neste último caso, o vídeo partilhado na Internet exibe uma comemoração improvisada, onde se vê uma mesa posta na rua e uma mulher a dar a cruz a beijar a cerca de uma dezena de pessoas, sem sequer desinfetar o símbolo religioso entre os vários toques com a boca. No fim, os envolvidos bebem aquilo que parece ser espumante ou champanhe. Lançada a polémica, a GNR identificou os presentes, mandou o caso para tribunal e o ato de fé pode valer-lhes a acusação pelos crimes de desobediência e de propagação de doença contagiosa.
[facebook url=”https://www.facebook.com/radiocidadehoje/videos/713010742769223/?t=12″/]
O mediatismo do episódio, que já era muito, disparou no momento em que alguns sites começaram a escrever que uma das envolvidas, que aparece no vídeo vestida com uma camisola preta, é enfermeira, e que foi despedida depois de os patrões tomarem conhecimento da atitude negligente que põe em causa a saúde pública. Alguns dos artigos e publicações não citam qualquer fonte, outros citam a «Cidade Hoje», um órgão de comunicação social local, de Vila Nova de Famalicão.
Levantada a dúvida, a pergunta impõe-se: será que a mulher é mesmo enfermeira, e que foi despedida por ter beijado a cruz?
A resposta é sim. A jovem que aparece no vídeo, de blusa preta, é enfermeira de profissão e trabalha num lar de idosos no concelho de Vila Nova de Famalicão. O Polígrafo contactou a instituição, e um dos responsáveis confirmou que, no momento em que a direção assistiu ao vídeo, foi tomada a decisão de demitir a enfermeira: «Acreditamos que não foi por mal, mas foi um comportamento desajustado, que não é admissível e com o qual não concordamos». A responsável do lar, que nos pediu para não a identificar, nem a si nem à instituição, de maneira a evitar alarme social entre utentes e familiares, garantiu ainda que a sua prioridade é «proteger os outros funcionários e os residentes» e que «perante um comportamento de risco deste género não havia outra decisão a tomar».
A jovem em causa na polémica trabalhava na residência de idosos em regime de recibos verdes, pelo que a instituição teve apenas de comunicar à funcionária que, com efeitos imediatos, prescindia do seu trabalho.
Avaliação do Polígrafo:
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