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| - “Algumas mentiras do 25 de abril”, destaca-se no título da publicação que elenca alegadas características do tecido socioeconómico português antes e depois da revolução de 1974.
O autor do post faz várias comparações, duas delas versam sobre o nível de iliteracia e desemprego em Portugal no pré e pós 25 de abril, indica mesmo que antes de 1974 não existiam analfabetos ou desempregados no país.
Será mesmo verdade?
De acordo com os dados compilados na Pordata, a taxa de analfabetismo tem vindo a descer consideravelmente desde a década de 1960. Contudo, em 1970, 25,7% da população portuguesa não sabia ler nem escrever. Entre as mulheres a percentagem era ainda maior: 31% da população feminina era iletrada nesta altura. Assim, é completamente falso que não existiam iletrados antes do 25 de abril.
Tendo em conta os dados mais recentes, apurados nos Censos de 2011, apenas 5,2% da população portuguesa não sabe ler nem escrever. Ou seja, a alegação feita no post de que existem “muitos iletrados” atualmente, em comparação com o pré 25 de abril, carece de qualquer tipo de fundamentação.
Já em relação à alegação de que não existiam desempregados antes de 1974, está é igualmente falsa.
Em 2014, a propósito da celebração dos 4o anos do 25 de abril, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou um estudo intitulado: “25 de abril – 40 anos de estatísticas”. O estudo revela a evolução da empregabilidade, entre outras áreas socioeconómicas, em Portugal. Assim, segundo se explica no relatório estatístico: “A taxa de desemprego agravou-se significativamente na década de 70, e com maior intensidade para as mulheres, produzindo-se um hiato de 7,7 p.p. entre as taxas de desemprego feminina e masculina. Em 1970 a taxa de desemprego total registou 2,7%, tendo aumentado para 6,8% em 1981.”
Atualmente, a taxa de desemprego situa-se nos 7,2%, segundo a estimativa mensal de emprego e desemprego em Portugal realizada pelo INE, referente ao passado mês de maio.
Em suma, conclui-se que é falso que antes do 25 de abril não existia iliteracia ou desemprego, as estatísticas e estudos realizados por entidades oficias provam o contrário.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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