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| - O vídeo tem cerca de 15 minutos de duração e propõe-se a denunciar “os perigos” dos testes PCR. “A razão da recomendação para máscaras faciais é que se pode cuspir, tossir e espirrar e supostamente infetar outras pessoas. Mas se é esse o caso, então porque não cuspir para dentro de um recipiente? Porque é que se tem de pegar numa zaragatoa e inseri-la toda até ao fim da porção posterior da cavidade nasal? Não faz qualquer sentido”, afirma o médico.
“Eu lembro-me de uma médica há alguns anos que passou algum tempo a remover os implantes da CIA que alteraram as ondas cerebrais, injetaram pensamentos e enlouqueceram as pessoas que os tinham. Os implantes eram microscópicos e foram colocados na base do cérebro. Foram implantados através da utilização de cotonetes longos que introduziram profundamente dentro da cavidade nasal. Este é exatamente o mesmo método que está a ser utilizado atualmente”, denuncia, entre várias outras alegações.
Ora, Rashid Buttar, o médico que protagoniza o vídeo, é um osteopata responsável pela difusão de diversas fake news sobre a pandemia do novo coronavírus.
Há cerca de um ano, por exemplo, Buttar afirmou que a vacina da gripe fazia com que as pessoas testassem positivo à Covid-19. Também alegou que o epidemiologista Anthony Fauci, atual diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, terá sido responsável pela pandemia de Covid-19 por ter permitido, em 2015, “o financiamento ilegal de pesquisas que agora levaram à Covid-19”.
Além de ser assumidamente um militante anti-vacinas, o osteopata promove tratamentos sem fundamento científico para o cancro e o autismo.
A implantação de microchips em humanos, como suposta forma de controlo e subjugação, tem sido um tema recorrente de teorias de conspiração que estão a propagar-se nas redes sociais desde o início da pandemia. Na maior parte dos casos surgem associadas à alegação de que a empresa Microsoft – fundada por Bill Gates – terá registado uma patente internacional relacionada com a introdução de chips em pessoas, como forma de as instrumentalizar e obter lucros.
Tal como o Polígrafo já verificou anteriormente, o facto é que a Microsoft, em junho de 2019 (ou seja, antes do aparecimento do novo coronavírus), efetuou um registo de propriedade intelectual de um seu projeto baseado em criptomoeda e no registo de dados sobre a atividade corporal – não recorrendo a um microchip nas pessoas, mas através de objetos que se utilizam ou vestem, como os smartwatches, computadores, telemóveis ou tablets.
Em declarações ao Polígrafo, a propósito de um artigo recente, João Júlio Cerqueira, médico especialista de Medicina Geral e Familiar, explicou que “os testes realizados pela colheita nasofaríngea e realizada na garganta são os aprovados, porque nessas zonas é onde existe maior concentração de vírus, aumentando a fiabilidade do exame”.
Ressalvou porém que “à medida que o conhecimento aumenta e a qualidade dos testes melhoram, é possível que o teste de diagnóstico preferencial seja recorrer apenas à saliva”, sublinhando que “a presença do vírus na saliva está mais do que confirmada“.
“Não há nada de estranho em terem começado com a colheita de amostras nasofaríngeas e na garganta. Faz parte da evolução tecnológica começar com um teste mais rude que precisa de mais material genético do vírus para fazer diagnóstico e, posteriormente, a tecnologia ir aprimorando as técnicas de diagnóstico. Torna-se progressivamente mais prático, menos invasivo e com melhor qualidade de diagnóstico”, assegurou Cerqueira.
No dia 27 de fevereiro, aliás, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou a norma sobre a Estratégia Nacional de Testes, indicando que a par dos testes rápidos de antigénio serão também utilizadas amostras de saliva nas escolas, “como alternativa às amostras do trato respiratório, particularmente em situações de rastreio comunitário”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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