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| - Sim, é verdade que morreu um homem na província chinesa de Yunnan e no qual foi detectada uma infecção por hantavírus, um tipo de vírus que é muito raro e transmitido de espécies de animais roedores para seres humanos.
A notícia do caso surgiu esta semana através do jornal “Global Times”, uma publicação em língua inglesa sediada na China. Estranhamente, não se trata de um artigo, mas apenas de um tweet informando que “uma pessoa da província de Yunnan morreu na segunda-feira [dia 23 de março de 2020], num autocarro fretado, no caminho de regresso à província de Shandong para ir trabalhar. O homem foi testado positivo para hantavírus. Outras 32 pessoas que estavam no autocarro foram testadas”.
A partir desse tweet, a notícia espalhou-se à escala global, tanto informalmente nas redes sociais como também em órgãos de comunicação social, inclusive em Portugal. E no atual contexto da pandemia do coronavírus multiplicaram-se as publicações alarmistas, extrapolando o caso e sugerindo a iminência de uma nova pandemia. Depois do coronavírus, o hantavírus.
A “Snopes”, plataforma norte-americana de fact-checking, limitou-se a constatar o óbvio: um caso isolado de infecção por coronavírus não equivale a um surto e muito menos a uma potencial pandemia. Os hantavírus já são conhecidos desde há décadas (na década de 1950, em plena Guerra da Coreia, por exemplo, registou-se um surto que infectou cerca de 3.000 soldados norte-americanos destacados e resultou em 190 mortes) e sabe-se que não se transmitem entre seres humanos, ao contrário do que sucede com os coronavírus.
De acordo com informação divulgada pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, os animais roedores são os principais hospedeiros que transmitem a doença aos seres humanos, através de “urina, fezes, saliva e, menos frequentemente, através da mordida de um hospedeiro infectado”.
De resto, contrariando o alarmismo que se generalizou nas redes sociais, a CDC sublinha que apenas 728 casos de infecção por hantavírus foram registados nos EUA entre 1993 e 2017.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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