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| - “É fofinho ou não é fofinho? Medina foi dar uma mãozinha. Prioridades de Medina, o ‘hasteador’ de bandeiras e a sua grupeta ‘adorável'”, lê-se em publicação desta quinta-feira ao final do dia, divulgada no Facebook a par com uma fotografia que mostra Fernando Medina, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a içar uma bandeira do movimento LGBTQ+ no edifício dos Paços do Concelho.
Logo a seguir, uma citação do jornal “Observador”, de um artigo divulgado também esta quinta-feira, que informa que a “decisão de hastear a bandeira no dia internacional da visibilidade transgénero foi aprovada na quarta-feira em reunião de Câmara. Perante recusa do Executivo, oposição hasteou noutro edifício”.
Há várias contradições patentes no texto do post, no seu conteúdo e na imagem que divulga. Desde logo, é claro que aquela não corresponde à bandeira do movimento Trans, cujas cores são predominantemente o azul e o rosa claros, mas sim à bandeira “arco-íris”, que representa a comunidade gay e o grupo LGBTQ+ e que conta, como o próprio nome indica, com o espectro de cores de um arco-íris (ainda que tenha sofrido alterações e supressões ao longo dos anos).
O registo fotográfico divulgado, onde estão presentes algumas figuras da autarquia lisboeta, como Ricardo Robles (antigo vereador do Bloco de Esquerda) e Medina, remonta a 17 maio de 2018, quando a Câmara Municipal de Lisboa assinalou o Dia Nacional e Internacional Contra a Homofobia e Transfobia, hasteando a bandeira arco-íris na varanda dos Paços do Concelho.
Aliás, a autarquia fez questão de publicar, na página oficial do Instagram, a fotografia com Medina, lembrando que “Lisboa assume o seu compromisso pela igualdade de direitos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo e contra as discriminações”.
De resto, e no Dia Internacional da Visibilidade Trans, celebrado ontem, a bandeira do movimento deveria ter sido hasteada, tal como há quatro anos no caso da bandeira LGBTQ+, nos Paços do Concelho, mas a verdade é que tal não aconteceu.
O objetivo era “hastear a bandeira Trans nos Paços do Concelho, a cada dia 31 de março, para homenagear as conquistas e celebrar o Dia Internacional da Visibilidade Trans”, um voto de saudação apresentado pela vereadora independente do movimento Cidadãos por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre), Paula Marques, subscrito por PS, BE e Livre, e aprovado com os votos contra dos eleitos pelo PSD/CDS-PP, com exceção de Filipa Roseta (PSD) que se absteve.
Carlos Moedas, que sucedeu a Medina na presidência da Câmara de Lisboa, justificou o voto desfavorável com a necessidade de uma discussão sobre os critérios de escolha das bandeiras das diferentes causas que devem ser hasteadas nos Paços do Concelho, garantindo ainda assim que estará sempre ao lado da defesa dos direitos humanos e da diversidade.
Ainda que a proposta tivesse sido aprovada, a bandeira não foi içada nos Paços do Concelho. Por esse motivo, “os vereadores proponentes (a proposta foi também subscrita pelo PS, Livre e BE) decidiram pô-la no edifício ao lado, onde estão os seus gabinetes”, referiu Marques.
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Avaliação do Polígrafo:
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