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| - “A esquerda paradoxal. Socialistas e comunistas felizes são aqueles que vivem em países não socialistas e não prescindem de muito capitalismo na conta bancária“, acrescenta-se na mensagem que acompanha a publicação em causa.
A publicação também visa Ana Cunhal, filha de Álvaro Cunhal (antigo líder do PCP), e Isabel dos Santos, filha de José Eduardo dos Santos (antigo presidente de Angola), embora com alegações mais vagas e subjetivas, pelo que colocamos o enfoque da verificação de factos nos filhos de Dilma Rousseff e Lula da Silva, ex-presidentes do Brasil.
É verdade que a filha de Dilma Rousseff tem “mais de 20 empresas” e o filho de Lula da Silva “é dono da Oi”?
No que respeita a Paula Rousseff, a “e-Farsas“, plataforma brasileira de fact-checking, desmentiu este rumor falso sobre as “mais de 20 empresas” em meados de 2014, mas continua a propagar-se nas redes sociais em 2020.
“Na verdade, Paula Rousseff é procuradora do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul. É concursada e recebe um salário de 15 mil reais por mês do Estado. Não há nenhuma empresa registrada no CNPJ da filha” da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, segundo apurou a referida plataforma.
Mais recentemente, em dezembro de 2019, o site “Congresso em Foco” desmentiu uma outra falsidade sobre Paula Rousseff que circula nas redes sociais, através de um vídeo no qual se garante que é a proprietária de uma cadeia de lojas.
“Uma das aliadas mais ferrenhas do presidente Jair Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) virou alvo das redes sociais por causa de um vídeo antigo em que atribui a propriedade das lojas Havan à filha da presidente Dilma Rousseff, a procuradora do Trabalho Paula Rousseff. A rede de lojas de departamentos pertence ao empresário Luciano Hang, conhecido apoiante do presidente Jair Bolsonaro e antipetista declarado. Por causa dessa proximidade, Hang virou um dos símbolos do bolsonarismo”, informa-se nesse artigo.
Quanto ao filho de Lula da Silva, mais concretamente Fábio Luís Lula da Silva, conhecido por Lulinha, é verdade que trabalhou num jardim zoológico e que posteriormente se tornou empresário. No entanto, o facto é que não é o dono da empresa Oi.
“No ano em que Lula da Silva assumiu o Executivo, em 2003, Fábio trabalhava como monitor no zoológico de São Paulo com salário de 600 reais e dava aulas de informática para complementar a renda. No segundo ano de mandato, Fábio montou a Gamecorp, com capital de 10 mil reais e hoje a empresa está avaliada em 6,5 milhões reais”, segundo informou o jornal “Correio do Estado”, em 2015.
Mais recentemente, em fevereiro de 2020, o jornal “Estadão” noticiou que a empresa Gamecorp de Lulinha foi alvo de buscas no âmbito do processo de investigações “Lava Jato”.
“Durante as buscas da fase 69 da ‘Lava Jato’, a Polícia Federal apreendeu, em endereço da Gamecorp, diferentes contratos com valores de até 4,3 milhões de reais firmados entre a Telemar Oi e a empresa ligada ao filho mais velho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, aos irmãos Fernando e Kalil Bittar e ao empresário Jonas Suassuna e a Telemar Oi. Além disso, a Polícia Federal identificou cartas de notificação extrajudicial em que o grupo telefónico cobra 6,8 milhões de reais referentes a empréstimo vencido há mais de 10 anos“, revelou o jornal.
Mais, “o documento apresenta informações sobre 25 itens apreendidos durante cumprimento de mandato da ‘Operação Mapa da Mina’, a fase 69 da ‘Lava Jato’, dia 10 de dezembro. A investigação mira supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência envolvendo a Oi/Telemar e o grupo Gamecorp/Gol”.
Concluindo, a alegação sobre Paula Rousseff é claramente falsa. Relativamente a Lulinha, apesar das suspeitas que gravitam em torno da sua empresa Gamecorp, não se confirma que seja o dono da Oi.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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