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| - “Israel debaixo de forte ataque vindo de Gaza. Foram mais de 600 foguetes lançados contra Israel. Há alguns civis feridos e mortos #Oremos”, lê-se numa das muitas publicações em que é partilhada uma fotografia na qual vemos os momentos imediatamente a seguir ao bombardeamento, com uma densa nuvem de fumo no horizonte.
As publicações com a imagem em causa contam com milhares de partilhas e reações no Facebook. O conflito entre Israel e Palestina teve uma nova escalada na última semana, com notícias de novos bombardeamentos todos os dias.
Mas a fotografia em causa mostra um ataque de Gaza contra Israel? E é uma imagem atual?
Não. A informação já foi analisada por outros jornais de fact-checking como Agência Lupa, Aos Fatos e Agence France-Presse (AFP) que a classificaram como falsa ou enganadora. A fotografia em causa é autêntica, mas é antiga e mostra um cenário diferente: o bombardeamento não foi contra Israel mas contra a Faixa de Gaza.
Uma pesquisa inversa pela imagem no Google revela que a fotografia foi captada no dia 29 de julho de 2014, por Mohammed Saber, um fotógrafo da European Pressphoto Agency (EPA), tal como se pode ver no próprio site da agência (pesquisa pelo código da imagem epa04334882).
“Fumo emana do bairro de Tuffah após ataques aéreos israelitas no leste da Cidade de Gaza a 29 de julho de 2014. A violência aumentou durante a noite, à medida que Israel realizou ataques aéreos intensos contra Gaza, em resposta a um ataque com rockets palestinianos, após o fracasso de uma tentativa de tréguas não oficial durante três dias por causa do fim do Ramadão”, lê-se na descrição da fotografia.
Outras agências noticiosas como a AFP, a Reuters ou a Associated Press (AP) captaram imagens do mesmo momento que podem ser vistas nos respetivos sites, também com a data de 29 de julho de 2014.
A própria Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que tinham sido registados intensos “bombardeamentos israelitas” que resultaram na morte de dezenas de civis, num relatório publicado no dia a seguir ao ataque.
No dia anterior ao bombardeamento, a 28 de julho de 2014, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, pediu à população para estar preparada para uma “longa campanha” em Gaza, que só iria terminar com a “neutralização total dos túneis” utilizados pelo Hamas, organização política que domina a Faixa de Gaza, mas que é considerada como um grupo terrorista pelo Estado israelita.
Em 2014, no conflito na Faixa de Gaza, morreram 2.200 palestinianos e 73 israelitas, segundo um outro relatório da ONU.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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