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  • Há duas publicações virais no Facebook que afirmam que “o uso da máscara de forma abusiva e sem sustentação científica pode vir a causar a hipercapnia, ou seja, o efeito de acumulação de excesso de CO2 na circulação sanguínea”. Mas isso não é verdade: a hipercapnia é, de facto, uma condição grave provocada pelo excesso de dióxido de carbono no sangue, mas a utilização de máscaras não está na sua origem. Quem o explica é Tiago Alfaro, pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Em entrevista ao Observador, o médico explica que as máscaras permitem a passagem de ar para dentro e para fora delas, por isso o dióxido de carbono é libertado normalmente, não é inspirado e não é acumulado no sangue. A hipercapnia ocorre quando se verifica um valor de dióxido de carbono superior ao que é normal. Geralmente, o organismo mantém muito estáveis os níveis de CO2 dissolvido no sangue: “O dióxido de carbono é produzido pelas nossas células, principalmente pelas células musculares quando fazem metabolismo, e é transportado pelo sangue até aos pulmões para ser expulso”. Mas quando há um excesso de dióxido de carbono no sangue, isso é sinal de que os pulmões não estão a funcionar tão bem quanto deviam, conta Tiago Alfaro: “Os valores podem variar conforme a dieta que se faz e com a temperatura corporal, mas o principal fator que determina os valores de no sangue é mesmo o funcionamento pulmonar e os músculos que nos fazem respirar”. Quando respiramos mais rápido, os pulmões libertam demasiado dióxido de carbono, o que resulta em níveis de CO2 mais baixos no sangue. É a hipocapnia. Pelo contrário, quando os músculos envolvidos na respiração não funcionam corretamente, o dióxido de carbono acumula-se no sangue e surge a hipercapnia. Isto contraria a afirmação de que a hipercapnia surge por “efeito de acumulação de excesso de CO2 na circulação sanguínea por falta de oxigenação adequada”: “Estas publicações partem do princípio de que estamos constantemente a inspirar e expirar o mesmo ar quando usamos máscara”, descreve o pneumologista. “Se assim fosse, ao inspirarmos o mesmo ar, estaríamos a respirar cerca de 40 milímetro de mercúrio [uma unidade de medida] de CO2 em vez de zero. Mas como o ar entra e sai através da máscara, isso não é verdade. E o dióxido de carbono, como é um gás, também se difunde facilmente através dela”, concretiza o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Ou seja, ao contrário do que dizem estas publicações, não é verdade que “por uso prolongado de máscaras, estará a perturbar as vias aéreas normais, o processo respiratório e inalando dióxido de carbono excessivo em vez de oxigénio”. Até porque, se o CO2 se acumulasse no interior da máscara, então o oxigénio também o faria — logo, também o respiraria, contrariando a teoria que sustenta esta informação falsa. Também não é verdade que “o uso da máscara de forma excessiva e sem fundamento científico” provoca um aumento do pH do sangue por haver uma maior concentração de dióxido de carbono no sangue, como sugerido nos textos. Na verdade, quando a hipercapnia ocorre, o pH diminui e o sangue torna-se mais ácido, explica Tiago Alfaro. Conclusão É mentira que as máscaras provoquem uma concentração excessiva de dióxido de carbono no sangue — uma doença chamada hipercapnia. O ar que é inspirado e expirado quando respiramos com uma máscara é sempre renovado porque ele é capaz de a atravessar. Apesar do incómodo que as máscaras possam causar a quem não está habituada a usá-las, elas não prejudicam a respiração da esmagadora maioria da população e certamente não condicionam a oxigenação. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador este conteúdo é: ERRADO De acordo com a classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota 1: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook. Nota 2: O Observador faz parte da Aliança CoronaVirusFacts / DatosCoronaVirus, um grupo que junta mais de 100 fact-checkers que combatem a desinformação relacionada com a pandemia da COVID-19. Leia mais sobre esta aliança aqui.
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