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| - Centenas de carros elétricos encontram-se num terreno em França, parados, sem muitas das peças e, segundo sugere a publicação do Facebook em análise, a escoar “toxinas para o solo”, contaminando o mesmo. Mas será mesmo verdade que estes veículos ali estacionados num são prejudiciais para o ambiente?
Em causa está um “cemitério de carros elétricos” no centro de França, a cerca de 200 quilómetros de Paris, e as notícias da sua existência não são de agora. É verdade que aquelas centenas de carros já estão ali estacionadas há mais de três anos anos — foram retirados de Paris em junho de 2018 — e muitos deles aparentam até estar abandonados porque foram vendidos por peças.
Os carros pertenciam a uma empresa de aluguer de veículos elétricos que entre 2011 e 2018 prestou serviços em Paris, Lyon e Bordéus e uma falta de consenso entre a câmara de Paris e a empresa francesa Bolloré levou a que fossem estacionados os cerca de quatro mil carros. Terminado o serviço e sem perspetivas de retomar o trabalho, não havia onde colocar tantos veículos.
Dos veículos que deixaram de ter um propósito parte foram vendidos a particulares, outros estão neste “cemitério” ao ar livre e há ainda outros num parque de estacionamento de asfalto à espera de serem vendidos para revenda.
Fabricio Protti, vice-diretor geral da Bolloré, revelou à AFP que os carros deixaram de circular e saíram das cidades francesas em junho de 2018, quando as negociações entre os responsáveis parisienses e a Bolloré falharam. Aliás, o vice-diretor da empresa refere ainda que foi feita uma queixa sobre a forma como a câmara de Paris lidou com o contrato que existia.
A empresa não nega que os carros ali estão — e isso é verdade. No entanto, a publicação em análise lança suspeitas de que os carros estavam a “escoar toxinas para o solo”, o que, segundo a Direção Regional do Ambiente, Urbanismo e Habitação da região Centro-Vale do Loire (Dreal) não é verdade: “Este local é um terreno onde cerca de 990 veículos estão armazenados sem baterias. O local que aparece nas fotos compartilhadas nas redes sociais é a área verde onde ficam estacionados os veículos sem bateria.”
No mesmo sentido, a Dreal garante que “o risco de contaminação com a retirada das baterias é muito limitado”. Então, afinal, para onde foram as baterias? Este material foi devolvido à BlueSolutions (Bolloré), a empresa francesa detentora dos veículos, para “reparo ou reciclagem”.
Também a empresa insiste que “não há baterias a drenar”. “Além disso, a nossa tecnologia não contém líquidos, portanto, não podem escoar. Ou nossas baterias estão nos carros e a funcionar, ou retiramo-las e armazenamos noutro lugar seguro e destinado para o efeito enquanto as reciclamos. Como temos outras utilizações para elas, decidimos com base numa análise caso a caso. Temos planos de reaproveitar as baterias, mas agora estão guardadas e se não pudermos reaproveitá-las, vamos reciclá-las”, explicou Fabricio Protti.
Conclusão
Os carros elétricos que estão estacionados num parque ao ar livre num terreno a 200 quilómetros de Paris não têm baterias e, por isso, a sugestão feita pela publicação do Facebook de que estão a “escoar toxinas para o solo” é errada. Tanto a Direção Regional do Ambiente, Urbanismo e Habitação da região Centro-Vale do Loire (Dreal) como a empresa responsável pelos veículos (Bolloré) confirmaram que as baterias foram retiradas dos veículos quando os mesmos ali foram colocados, e serão reaproveitadas ou recicladas pela própria empresa.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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