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| - “América, vocês culpam-me por interferir na vossa democracia. Mas não preciso: vocês mesmos estão a fazer isso. As assembleias de voto estão a fechar. Não sabem em quem confiar. Estão divididos. Existem cordas que podemos puxar, mas não precisamos. Estão a puxá-las por nós.”
Este é o conteúdo de um vídeo (legendado) em que Vladimir Putin profere um discurso em inglês, publicado no dia 16 de abril no Instagram. Sem qualquer contextualização, mas que parte da tese da interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, em que Donald Trump derrotou Hillary Clinton.
O vídeo é autêntico?
Não. Trata-se de uma criação que utilizou a inteligência artificial para colocar o presidente russo a falar inglês para os norte-americanos – e logo sobre as opções de voto deles próprios. E é assumidamente ficcional.
No final de setembro de 2020, a cinco semanas das eleições presidenciais disputadas por Donald Trump e Joe Biden, a organização RepresentUs publicou este deepfake no seu canal de YouTube, no âmbito da campanha que então promovia: “Save the Vote”.
O título do vídeo era “Ditadores – Vladimir Putin” e a finalizá-lo (aos 25 segundos), em fundo preto, exibiam-se três frases que não deixavam dúvidas sobre o respetivo carácter fantasioso:
“A democracia vive ou morre consigo.
Proteja a democracia no RepresentUs.
Esta filmagem não é real, mas a ameaça é. Junte-se a nós.”
É, assim, manipulado o vídeo em que Vladimir Putin se dirige em inglês ao povo americano. Foi utilizado este mês como sendo autêntico, mas teve a sua origem há dois anos e meio e era assumidamente um deepfake, que servia como alerta para a importância das opções políticas, em vésperas das eleições americanas.
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Avaliação do Polígrafo:
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