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| - “Há algumas semanas atrás, numa loja de chineses em Águeda o pai deixou a filha à porta da loja. Após bastante tempo de espera, resolveu entrar na loja à procura da sua filha (…) Os polícias entraram e também não encontravam a jovem até que por fim chamaram reforço de colegas com cães-polícia que, através do seu faro, conseguiram detetar a presença da jovem numa zona mais retirada da loja dentro de um alçapão. A jovem já tinha o corpo marcado perto de alguns órgãos vitais e o destino dela seria ser morta para tráfico de orgãos.” A publicação começou a circular esta semana nas redes sociais, já tem mais de duas mil partilhas, e tem alarmado vários utilizadores.
Para além da loja de Águeda, onde terá ocorrido este incidente, foi também marcada como perigosa a loja chinesa do Retail Park de Aveiro. A história em pouco difere. O autor da publicação pede que estas informações sejam divulgadas: “Isto é verdade pois já me tinham dito pessoalmente acerca da loja de Águeda. O estranho é não fecharem as lojas”, sublinha-se no texto.
Mas terá esta história – que foi denunciada ao Facebook por vários utilizadores – alguma veracidade? Verificação de factos.
A resposta é negativa. Trata-se de um rumor antigo: em 2006, o Diário de Notícias (DN) publicou um artigo sobre o tema que, já por essa altura, andava a circular na internet: “E o que há, afinal, de verdade nesta história? Nada. Estamos perante um mito urbano, sustentado num rumor. Neste relato de tráfico de órgãos até entra a polícia, uma técnica usada para dar credibilidade. Contactadas pelo DN, as forças de segurança desmentem ter sido chamadas a qualquer loja chinesa”, concluía aquele jornal diário.
O Polígrafo contactou a GNR de Águeda e a PJ de Aveiro que afirmaram “não ter conhecimento de nada.”
O DN adiantava ainda que o autor do boato não era conhecido, que “existem apenas suspeitas, entretanto comunicadas às autoridades. E todos os elementos reunidos apontam para que o autor seja um indivíduo da zona de Coimbra”.
O Polígrafo contactou a GNR de Águeda e a PJ de Aveiro que afirmaram “não ter conhecimento de nada.”
A corrente começou a circular por email em 2006, altura em que o Facebook ainda não era tão popular, e foi discutida em diversos fóruns desse ano. A história está também registada no Repositório da Universidade Nova e no Arquivo Português de Lendas.
Em resumo: trata-se de uma narrativa que circula há cerca de 13 anos. Trata-se, porém, de um mito que, de acordo com os estudiosos sobre matéria, é sustentado em preconceitos e no receio do desconhecido.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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