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| - “O leite materno é tão poderoso que é feito sob medida para atender as necessidades de cada bebé. E por isso a amamentação, que pode ser um processo difícil para tantas mães, nunca deve ser subestimada. Nosso corpo é capaz de muito – e não há nada de errado em dizer que existe certa magia nisso”, acrescenta-se no texto da publicação em causa.
É possível encontrar anticorpos de combate à Covid-19 no leite materno? Há investigações que apontam nesse sentido.
“Dependendo da altura em que a mãe é infetada, do tempo que decorreu entre a infeção e o nascimento do bebé e da posterior amamentação, alguns estudos já conseguiram comprovar que, de facto, há passagem de anticorpos pelo leite materno”, explica Ana Luísa Areia, médica obstetra do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno Fetal, em declarações ao Polígrafo.
Também foi detectada a presença de anticorpos que combatem a Covid-19 nos bebés em que a mãe esteve infetada e que foram amamentados. Por outro lado, não foi detetada a presença do SARS-CoV-2 no leite materno, o que levou a Academia Americana de Pediatria a recomendar que se mantenha a amamentação dos recém-nascidos, mesmo nos casos em que a parturiente testou positivo à Covid-19. “É uma das vantagens de amamentar. Já numa amamentação normal há muitas passagens de imunoglobulinas [glicoproteínas que atuam no sistema imunitário] de forma passiva através do leite e que protegem o bebé“, sublinha Ana Luísa Areia.
Confirmada a presença de anticorpos, o mesmo não se aplica à cor esverdeada que aparece na imagem, sem qualquer relação com a infeção por Covid-19. “Os anticorpos não são algo que se veja a olho nu. Portanto, é um mito dizer que alteram a cor do leite materno“, garante a especialista em Obstetrícia.
Uma possível justificação para a alteração da tonalidade é a existência de uma infeção mamária, como uma mastite ou um abcesso mamário. Nesse caso, a puérpera deverá estar atenta à possibilidade de sentir dor ou ardor nos seios, além de verificar se tem febre. “No caso de uma infeção, aquilo que está estipulado é que se a mãe estiver com febre – com uma temperatura superior a 38ºC -, não deve amamentar e esse leite deve ser desperdiçado“, esclarece Ana Luísa Areia, realçando que as substâncias que promovem o aumento da temperatura na mãe podem ser prejudiciais para o bebé.
No entanto, importa ressalvar que a coloração do leite nem sempre é um sinal de que há uma infeção, ou de que o leite não está em boas condições para alimentar o bebé, mas sim consequência da alimentação da progenitora. A especialista questionada pelo Polígrafo indica que “tudo o que a mãe ingere, se tiver coloração, pode passar para o leite materno“. No caso do tom esverdeado, a obstetra salienta a existência de estudos que comprovam que a ingestão de determinadas substâncias poderá resultar na alteração da cor do leite materno.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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