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| - São conhecidas as incursões da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes no Twitter, a partir de onde, num estilo quase sempre implacável, os seus tweets lhe têm valido reações intempestivas e ameaças de processos em tribunal.
Os universos da justiça, da política e do futebol são os seus temas de eleição. Desde a prisão de Rui Pinto, o alegado whistleblower do Football Leaks, foram várias as ocasiões em que já afrontou os “grandes interesses” ligados ao mundo desportivo, nomeadamente aqueles que têm, na sua opinião, em Luís Filipe Vieira a sua cara mais visível.
O Polígrafo realizou já vários fact-checks sobre o tema, que pode ler aqui, aqui ou aqui. E agora volta a Ana Gomes, desta vez por causa da profusão de reacções no Facebook a um tweet que a socialista publicou, e que suscitaram dúvidas a alguns leitores do Polígrafo, que nos questionaram sobre a veracidade das publicações que foram sendo feitas sobre o tema.
No âmbito da parceria de fact-checking que o Polígrafo mantém com aquela rede social para a verificação da veracidade das informações colocadas a circular online, respondemos à questão que se segue: é ou não verdade que Ana Gomes apelidou o juiz Rui Rangel de “corrupto”, acrescentando que o mesmo “há muito devia estar preso”?
A resposta é positiva. Foi às 9h51 do dia 10 de setembro que a socialista publicou o seguinte tweet:
[twitter url=”https://twitter.com/AnaMartinsGomes/status/1171345394506199040?fbclid=IwAR12XBkDX3lSCkLnCsRyVscbFFhfWdtDrT6t05hHfSPngXDQIVyBKaaHPis”/]
O pretexto da publicação é uma notícia do jornal “Correio da Manhã” desse mesmo dia, que revela que será Rui Rangel o juíz responsável pela decisão sobre o recurso que envolve a Octapharma e outros três arguidos no caso da investigação do negócio do sangue. Em causa estão emails apreendidos a Paulo Lalanda e Castro, ex-patrão de José Sócrates, no decorrer de buscas realizadas em 2016 à sede da Octapharma, no âmbito da Operação Marquês.
A eurodeputada desconfia da sua probidade para exercer funções de forma independente, nomeadamente por causa do seu alegado envolvimento na chamada Operação Lex, em que o magistrado está a ser investigado por supostos actos de corrupção e de tráfico de influências.
O juiz Ivo Rosa, neste momento titular da Operação Marquês e responsável pela instrução do caso Octafarma, recusou entregar ao Ministério Público os emails apreendidos a Paulo Lalanda e Castro, o ex-presidente da filial portuguesa da Octapharma. Ivo Rosa considerou que as provas não podiam passar para outro processo, porque os visados não são suspeitos ou arguidos e “por abusiva intromissão na vida privada”. O Ministério Público recorreu da decisão – e o juiz designado para analisar o recurso foi Rui Rangel.
Porque é que Rui Rangel não agrada a Ana Gomes? Porque a eurodeputada desconfia da sua probidade para exercer funções de forma independente, nomeadamente por causa do seu alegado envolvimento na chamada Operação Lex, em que o magistrado está a ser investigado por supostos actos de corrupção e de tráfico de influências. A “Operação Lex” foi conhecida a 30 de janeiro de 2018 e tem 14 arguidos constituídos, entre os quais dois juízes e o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam naquela rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “verdadeiro” ou “maioritariamente verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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