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| - “Esta coisa chamada Covid-19 aparentemente não foi descoberta em 2020, no ano eleitoral de Trump. O que acha da data neste rótulo que diz claramente 2018. Talvez os verificadores de factos possam meter o seu nariz fanático e ‘explicar a data’”, afirma-se numa publicação em inglês, partilhada no dia 25 de julho.
Também no Twitter a mesma informação tem sido partilhada e sempre com uma imagem de uma embalagem da vacina Astrazeneca — uma das vacinas aprovadas no combate à Covid-19 — com uma seta por cima a apontar para a data: 15/07/2018.
Como se justifica a data na imagem?
De acordo com a agência Reuters, a imagem original da embalagem foi partilhada no final de 2020, mas ressurgiu em julho, desta vez com uma alegada data de fabrico colocada na lateral.
No entanto, fonte oficial da AstraZeneca confirmou à Reuters e à Agence France-Presse (AFP) que a empresa não criou embalagens para a sua vacina Covid-19 em 2018. A AstraZeneca também apontou que a sua vacina não foi aprovada pela Agência Reguladora dos Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) até dezembro de 2020.
Um especialista em manipulação de imagem disse à Reuters que a fotografia em questão parece ter sido alterada digitalmente. “A data na foto da embalagem da vacina AstraZeneca tem uma cor diferente do resto das fontes. Logo, esta parte da embalagem parece bastante antinatural”, afirmou Thorsten Beck, investigador do Centro Avançado de Dados e Texto Humboldt-Elsevier, em Berlim.
“A sequência numérica é também impressa num ângulo ligeiramente diferente em relação à dobra da embalagem, o que também levanta dúvidas. Estes pormenores podem ser interpretados como suspeitas iniciais de manipulação de imagem. Uma comparação da fonte utilizada sugere também que a data foi posteriormente montada na imagem”, concluiu. Um inquérito feito ao fabricante pela Reuters revelou ainda que a informação da data de validade da embalagem (marcada como ‘EXP’) está presente na embalagem, mas a data de produção não.
Em suma, a imagem foi manipulada com o intuito de espalhar desinformação sobre o novo coronavírus e as vacinas contra a Covid-19.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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