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| - “Neste momento, [Donald] Trump anunciou que a Roche Medical Company irá lançar a vacina no próximo domingo e milhões de doses estão prontas a partir dela”, acrescenta-se na mensagem da publicação em causa, a qual exibe uma imagem da suposta vacina prestes a ser distribuída pela população.
Esta informação é completamente falsa.
Desde logo porque as vacinas não curam, mas imunizam, como forma de prevenção.
É verdade que estão a ser testadas vacinas contra o novo coronavírus, em vários países, mas é apenas o início de um longo processo até estar assegurado que alguma dessas vacinas possa ser distribuída em grande escala, com segurança e eficácia. O prazo estimado é de 18 meses e não há certeza quanto ao sucesso. Ou seja, poderá não ser encontrada uma vacina viável.
De qualquer modo, não é verdade, de todo, que o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha anunciado que “a Roche Medical Company irá lançar a vacina no próximo domingo e milhões de doses estão prontas a partir dela”. A empresa em causa apenas recebeu autorização para iniciar os testes.
Por outro lado, importa voltar a salientar que as vacinas não “curam” as doenças, mas funcionam como método de prevenção, através da imunização das populações. Ou seja, não “curam” – a posteriori – quem já contraiu o vírus, como se sugere na publicação em análise.
De acordo com a informação disponibilizada no portal da Linha SNS24, uma vacina é uma preparação de antigénios (partículas estranhas ao organismo), que é administrada a um indivíduo, provocando uma resposta imunitária protetora específica de um ou mais agentes infecciosos.
Os antigénios das vacinas podem ser vírus ou bactérias inteiros, mortos ou atenuados, ou fragmentos desses microorganismos. O antigénio escolhido para uma vacina deve ser imunogénico, ou seja, deve desencadear uma reação imunitária e não provocar a doença. As vacinas são consideradas medicamentos, mas apresentam várias diferenças assinaláveis relativamente aos medicamentos clássicos.
No mesmo portal esclarecem-se outras dúvidas comummente suscitadas em torno da vacinação, nomeadamente:
“As vacinas funcionam?
Os surtos de doenças evitáveis pela vacinação são ainda uma séria ameaça para todos. Atualmente, devido ao sucesso dos programas de vacinação, a maioria das pessoas desconhece a gravidade das doenças evitáveis pela vacinação, não se apercebendo da importância e dos ganhos conferidos pelas vacinas. No entanto, com exceção da varíola, considerada erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1980, os microrganismos responsáveis pelas doenças evitáveis pela vacinação continuam a existir na comunidade, sendo uma ameaça à saúde de todos os que não estão protegidos pelas vacinas. Como exemplo, temos os surtos de sarampo na Europa que ocorrem maioritariamente em pessoas não vacinadas. Outro exemplo é o surto de poliomielite num país livre da doença e que teve origem num doente vindo de um país onde ainda existia circulação do vírus.
A vacinação pode ajudar a evitar as doenças?
As doenças podem ser controladas e eliminadas através de uma vacinação sustentada e em grande escala. Doenças como o sarampo podem ser eliminadas da Europa, à semelhança do que ocorreu com a poliomielite e com a varíola. Para que tal seja possível, é necessário que uma percentagem elevada da população adira aos programas nacionais de vacinação.
A vacinação é custo-efetiva, ou seja, o seu custo compensa largamente os custos associados ao tratamento das doenças e das suas complicações (incluindo a morte)”.
Para obter mais informação sobre as vacinas em geral, ou o Plano Nacional de Vacinação em Portugal, consulte também a página da DGS dedicada a essas matérias.
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Nota editorial 1: este texto foi produzido pela redação do Polígrafo e cientificamente validado pela Direção-Geral da Saúde, no âmbito de uma parceria estabelecida entre as duas entidades a propósito de um tema que se reveste de um inquestionável interesse público.
Nota editorial 2: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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