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  • Não é a primeira vez que o médico e presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) se envolve em polémicas no que toca à pandemia. Desta vez, Fernando Nobre participou numa manifestação frente à Assembleia da República, no último fim de semana, em apoio aos cidadãos que protestavam contra as medidas de combate ao novo coronavírus. Aos 17 minutos do clip amplamente divulgado nas redes sociais, Fernando Nobre conta como ficou infetado com Covid-19, com uma hipoxia de 70%. “E mandam-me para casa com um tratamento com paracetamol! Eu disse para esse meu colega: vai-me desculpar, mas o senhor nem para meu assistente tem qualidade, porque isso não se trata com paracetamol, ou doliprane, ou ben-u-ron. Não! Isso trata-se como eu me tratei, tratei a minha mulher, tratei a minha filha — com azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina. Numa semana, estávamos todos curados.” Mas será que estes fármacos são eficazes no tratamento para a Covid-19? A propósito de um outro fact check realizado pelo Polígrafo em fevereiro de 2021, Celso Cunha, virologista e professor no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, explicou que “de facto, na América Latina e noutros continentes, incluindo a Europa, têm sido testados diversos fármacos normalmente utilizados no tratamento de outras doenças de etiologia diversa e não apenas infecciosa. A hidroxicloroquina é utilizada no tratamento de alguns casos de malária e a ivermectina também é eficaz contra outras parasitoses. Foi testado o célebre remdesivir, um pouco por todo o lado e que justamente tanta polémica deu, o interferão, nomeadamente em países da América Latina, Cuba e Venezuela incluídas, a azitromicina, um antibacteriano. E a lista poderia continuar quase ad infinitum, porque existem centenas de fármacos conhecidos em testes registados.” No entanto, o virologista sublinhou que “a eficácia de todos nunca foi comprovada de forma inequívoca, havendo inclusivamente casos em que se demonstrou que o risco de provocar efeitos secundários graves e/ou sequelas futuras para os doentes superava largamente os potenciais benefícios de um eventual tratamento da Covid-19″. Segundo Celso Cunha, “o único fármaco que demonstrou até agora algum benefício nos doentes graves foi a Dexametasona, um anti-inflamatório utilizado também no tratamento de diversas outras doenças, mas que se mostrou moderadamente eficaz contra a Covid-19″. “A eficácia de todos nunca foi comprovada de forma inequívoca, havendo inclusivamente casos em que se demonstrou que o risco de provocar efeitos secundários graves e/ou sequelas futuras para os doentes superava largamente os potenciais benefícios de um eventual tratamento da Covid-19”. Hidroxicloroquina No início da pandemia, a hidroxicloroquina chegou a ser apontada como uma terapêutica antiviral experimental, mas as autoridades de saúde acabaram por decidir não continuar a utilizar o medicamento. Num documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) de 23 de março de 2020, intitulado como “Abordagem do Doente com Suspeita ou Infeção por SARS-CoV-2”, no qual se estabelecem diretrizes relativamente à pandemia do novo coronavírus, indicava-se que a hidroxicloroquina, a par do remdesivir e do lopinavir/ritonavir, “são terapêuticas antivirais experimentais, porque ainda não têm evidência científica para esta indicação terapêutica específica (Covid-19)”. “Não existem atualmente medicamentos autorizados para o tratamento de Covid-19 nem estão também autorizadas quaisquer vacinas. Existem, contudo, várias moléculas apontadas como possíveis candidatos terapêuticos. À data, considerando o conhecimento científico atual e as recomendações da OMS, encontram-se em investigação, entre outras, as seguintes estratégias terapêuticas: remdesivir, lopinavir/ritonavir, e cloroquina ou hidroxicloroquina”, sublinhava-se no texto. À data, considerando o conhecimento científico atual e as recomendações da OMS, encontram-se em investigação, entre outras, as seguintes estratégias terapêuticas: remdesivir, lopinavir/ritonavir, e cloroquina ou hidroxicloroquina”, sublinhava-se no texto. No dia 29 de maio, e seguindo orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) e a DGS decidiram recomendar a suspensão do tratamento com o fármaco em doentes com Covid-19. “Após estudo com mais de noventa mil doentes com Covid-19, publicado pela revista The Lancet, a 22 maio de 2020, a OMS decidiu suspender a inclusão de novos doentes em tratamento com hidroxicloroquina no ensaio clínico global Solidarity. Este ensaio estava a decorrer em vários países e ainda estava em fase de implementação em Portugal, onde não houve doentes incluídos até à data”, pode ler-se num comunicado de imprensa do Infarmed. “Os autores do estudo referem ‘não ter conseguido confirmar o benefício da hidroxicloroquina ou da cloroquina nestes doentes’, apontando um acréscimo de efeitos adversos potencialmente graves, incluindo ‘um aumento da mortalidade‘, durante a hospitalização de doentes com Covid-19, conclusões que terão de ser confirmadas através de ensaios clínicos aleatórios e controlados, uma vez que este estudo apresenta várias limitações. Neste sentido, a OMS decidiu suspender os ensaios clínicos em curso, até nova avaliação em junho”, conclui-se. Mais recentemente, no dia 4 de julho, a OMS tomou mesmo a decisão de descontinuar a utilização da hidroxicloroquina em doentes hospitalizados. “Os resultados interinos dos testes demonstram que a hidroxicloroquina e a lopinavir/ritonavir diminuem pouco ou nada a mortalidade de pacientes com Covid-19 hospitalizados, comparando com os tratamentos convencionais”, pode ler-se em nota publicada na página oficial. Ivermectina e azitromicina A Autoridade do Medicamento dos Estados Unidos (FDA), numa nota publicada em setembro, explica que “não autorizou ou aprovou a ivermectina para utilização na prevenção ou no tratamento da Covid-19 em humanos ou animais”, sublinhando que “tomar grandes doses de ivermectina é perigoso”. “A ivermectina é aprovada para uso humano no tratamento de infeções causadas por alguns parasitas e piolhos ou doenças da pele como a rosácea. Os dados atualmente disponíveis não mostram que a ivermectina seja eficaz contra Covid-19. Ensaios clínicos para avaliar comprimidos de ivermectina para a prevenção ou tratamento de Covid-19 em humanos estão em fase de investigação. Até mesmo os níveis de ivermectina para uso humano aprovados podem interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes. Também pode haver uma sobredosagem com ivermectina, que pode causar náuseas, vómitos, diarreia, hipotensão (tensão arterial baixa), reações alérgicas (comichão e urticária), tonturas, ataxia (problemas de equilíbrio), convulsões, coma e até morte”, esclarece a mesma nota. O próprio Infarmed indica que “dadas as limitações metodológicas nos ensaios em que a ivermectina foi utilizada, e as dúvidas quanto à dose adequada e sua segurança no âmbito da infeção causada pelo SARS-CoV-2, não existem evidências que apoiem a utilização deste medicamento na profilaxia e tratamento da Covid-19″. O próprio Infarmed indica que “dadas as limitações metodológicas nos ensaios em que a ivermectina foi utilizada, e as dúvidas quanto à dose adequada e sua segurança no âmbito da infeção causada pelo SARS-CoV-2, não existem evidências que apoiem a utilização deste medicamento na profilaxia e tratamento da Covid-19”. A azitromicina, antibiótico utilizado para doentes com pneumonias bacterianas, também se revelou ineficaz no tratamento para a Covid-19. A sua utilização combinada com hidroxicloroquina também não tem eficácia comprovada. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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