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| - “Rio de Estorãos. Um crime público. Partilhe em protesto. Quando um dos lugares mais belos de Portugal, que há foi notícia do ‘The New York Times’, anúncios de televisão, volta ao mundo, telejornais e revistas, se torna morto e sem água, por responsabilidade de quem a desvia por proveito privado”, alega-se na mensagem da publicação em causa.
“Quando um município como Ponte de Lima fecha os olhos, assobia para o lado e finge estar cego! Uma vergonha nacional! Um crime ambiental! A natureza criou, o homem destruiu”, acrescenta-se.
Esta imagem do rio Estorãos sem caudal e praticamente seco é autêntica?
A resposta é sim.
Questionada pelo Polígrafo, a Câmara Municipal de Ponte de Lima (CMPL) assume estar “preocupada” com a situação do rio Estorãos e sublinha que já contactou a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, à qual compete investigar estas matérias.
Ao Polígrafo, a APA indica que a redução do caudal está relacionada com a captação para a exploração vitivinícola da Aveleda e que já notificou a empresa sobre a “necessidade de adequar o regime de exploração constante da mesma”.
Segundo a APA, “todos os anos o rio Estorãos sofre uma redução de caudal nos meses de agosto e setembro, em consequência da época de estiagem”, ou seja, do período de seca na agricultura. “No entanto, este ano essa redução foi mais acentuada”, salienta a APA, apontando para um Verão em curso que “tem sido muito seco”, especialmente “o mês de julho”.
No seguimento de denúncias sobre a presente situação do rio Estorãos, a APA contactou a equipa do SEPNA – Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR de Arcos de Valdevez para uma “averiguação no terreno”.
“Esta equipa fez diligências no local, tendo percorrido as secções do rio Estorãos a montante e a jusante da captação superficial licenciada, cujo titular é a empresa Aveleda S.A., tendo verificado que há uma redução do caudal do rio após a captação”, explica a EPA nas respostas enviadas ao Polígrafo.
A agência ambiental assegura que estão a ser “cumpridas as condições impostas na licença de captação” atribuída à Aveleda, mas que é necessário que a empresa adeque o regime de exploração à “degradação das condições do meio hídrico” no rio Estorãos.
“Após a comunicação da APA, a empresa informou que irá dar seguimento ao solicitado”, conclui.
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Atualização:
Em comunicado enviado ao Polígrafo, a Aveleda S.A. garante que “nem a APA nem qualquer outro organismo oficial realizaram, até ao momento, quaisquer medições de caudal da linha de água e muito menos analisaram a relação entre os períodos de bombagem e o escoamento do mesmo”. Mais, sublinha que “requereu já expressamente à APA a realização destas diligências para que seja possível o cabal esclarecimento desta situação o mais rápido possível”.
“A captação de água realizada pela Aveleda no ribeiro do Formigoso, afluente do rio Estorãos, é rigorosamente efetuada nos termos da licença que possui, realizando-se entre as 24h e as 5h, por períodos curtos de cerca de três dias, intervalando com períodos mais longos, sem qualquer captação”, indica a empresa, no mesmo comunicado, alegando desconhecer “as razões que motivam esta redução de caudal”.
A empresa assegura também que está “inteiramente disponível para cooperar em tudo quanto se revele necessário” para esclarecer a situação atual do rio Estorãos.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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