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| - De acordo com uma publicação de 10 de fevereiro no Facebook, “o salário médio em Portugal atingiu 1.411 euros em 2022, mais 3,6% do que no ano anterior. Problema: como a inflação cresceu mais, em termos reais os salários baixaram. Isto é, mais 3,6% de salário em 2022 compra menos bens e serviços do que em 2021 (com ganhos reais de 2,2%). A perda real de salários acentuou-se no último trimestres do ano, com as perdas a chegarem a 5,2%“.
“Onde é que isto nos deixa? Perante uma queda brutal do rendimento das famílias em 2022 e 2023, colocando a perda de poder de compra próxima dos anos da troika“, conclui-se no texto, enviado ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.
De facto, no dia 9 de fevereiro de 2023, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou o mais recente boletim de “Estatísticas do Emprego – Remuneração bruta mensal média por trabalhador” (pode consultar aqui), no qual destaca que “no 4.º trimestre de 2022, a remuneração bruta mensal média por trabalhador aumentou 4,2%, para 1.575 euros, mas diminuiu 5,2% em termos reais. Em 2022 aumentou 3,6% em termos nominais e diminuiu 4% em termos reais – 4.º Trimestre de 2022″.
“A remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 4,2% no trimestre terminado em dezembro de 2022 (correspondente ao 4.º trimestre do ano), em relação ao mesmo período de 2021, para 1.575 euros. A componente regular e a componente base daquela remuneração aumentaram 4,3% e 4,4%, situando-se em 1.150 euros e 1.080 euros, respetivamente. Em termos reais, tendo por referência a variação do Índice de Preços no Consumidor, a remuneração bruta total mensal média diminuiu 5,2%, a componente regular diminuiu 5,1% e a componente base 5,0%. Estes resultados abrangem 4,5 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, mais 4,8% do que no mesmo período de 2021″, informou o INE.
No conjunto do ano de 2022, segundo os dados apurados pelo INE, “a remuneração bruta total mensal média por trabalhador aumentou, em relação a 2021, 3,6% para 1.411 euros, a sua componente regular aumentou 3,1% para 1.140 euros e a componente base aumentou 3,% para 1.070 euros. Em termos reais, e em relação a 2021, os três tipos de remuneração diminuíram: 4%, 4,4% e 4,5%, respetivamente”.
“Ajustando para a inflação, medida pela variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), que foi de 9,9% no trimestre terminado em dezembro de 2022, as remunerações analisadas (total, regular e base) registaram, respetivamente, as seguintes variações homólogas reais: -5,2%, -5,1% e -5,0%”, sublinha-se.
“No ano de 2022, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador foi de 1.411 euros, tendo aumentado 3,6% em termos nominais e diminuído 4% em termos reais (em 2021, a remuneração total tinha aumentado em ambos os termos, respetivamente, 3,5% e 2,2%). No mesmo período, a remuneração bruta regular mensal foi de 1.140 euros, registando um aumento nominal de 3,1% e uma diminuição real de 4,4% (em 2021, tinha aumentado 3,1% e 1,8%, não ajustando e ajustando pela inflação, respetivamente)”, detalha o INE. “Ainda em 2022, a remuneração bruta base mensal situou-se em 1.070 euros e registou um acréscimo nominal de 3% e um decréscimo real de 4,5% (em 2021, havia aumentado 3,0% e 1,7%, em termos nominais e reais, respetivamente). Em 2022, o IPC teve uma variação positiva de 7,8% (havia sido de 1,3% em 2021)”.
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Avaliação do Polígrafo:
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