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| - “Segundo informações oficiais, no decorrer de um único ano, foram capturados, pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa, mais de sete mil pombos. Ninguém sabe o paradeiro destes animais, ou qual foi o seu destino: a CML não responde a cidadãos, nem a partidos políticos, nem à Provedoria municipal, criada pela própria CML para ‘garantir a defesa, o bem-estar e a proteção dos animais’. Também se desconhece a que análises se refere o agente da Polícia Municipal, neste vídeo com imagens inéditas. Sabemos que não é permitido soltar pombos de cidade ‘noutros sítios’, e sabemos que os pombos já serviram, ou servem, de alimento vivo aos animais no Jardim Zoológico de Lisboa, por exemplo, e também que têm sido mortos por envenenamento e por gaseamento”, pode ler-se na respetiva publicação, datada de 28 de julho e com quase 20 mil visualizações.
O vídeo é autêntico?
Sim. Em esclarecimento remetido ao Polígrafo, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) informa que “os serviços municipais efetuam capturas para proceder ao envio de amostras para análise com intuito de testar o estado higio-sanitário da espécie, acautelando assim as consequências para a saúde pública”.
“Atualmente, o município de Lisboa tem um contrato em vigor com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) para proceder à análise das amostras enviadas”, garante.
“O pombo como qualquer outro animal garante a sobrevivência e multiplicação de muitas espécies de bactérias, vírus e protozoários potencialmente patogénicos para o homem. Os riscos são maiores quando existe um contacto estreito em particular para a faixa da população mais vulnerável: crianças, idosos e imunodeprimidos“, acrescenta.
No mesmo esclarecimento, a CML remete os resultados das análises de uma captura de pombos realizada em 2020, nas quais se revelaram “oocistos de eimeria labbeana”, “railletina echonibotrida” e “brachylaemus commutatus”, parasitas causadores de problemas intestinais nos pombos.
A autarquia destaca a ornitose e a salmonelose como doenças transmissíveis por estes animais que não devem ser menosprezadas. “Estes tipos de infeções podem ocorrer com maior probabilidade nos locais de mais fácil multiplicação dos pombos, ou seja, nos edifícios antigos com abundantes concentrações de ninhos e excremento”, sublinha.
Pombais contracetivos
A câmara considera os pombais contracetivos um “método ético, limpo e sustentável para o controlo da população de pombos na cidade” e explica que têm como objetivo “atrair os casais de pombos a nidificarem dentro do pombal e posteriormente serem removidos os ovos antes que se dê o nascimento dos pombos. Método este que, assegura, “contribui, significativamente, para a melhoria da saúde daqueles animais, com impacte positivo na saúde pública da cidade”.
Atualmente, a rede de pombais contracetivos em Lisboa conta com “seis novos pombais instalados nas Freguesias da Ajuda, Alcântara, Arroios e Olivais, Areeiro, Penha de França, que acrescem ao pombal de Benfica”. Em fase de instalação está ainda o pombal da freguesia do Lumiar. É o município que assegura a alimentação e ovos de substituição, assim como a inspeção regular das instalações.
O Polígrafo questionou ainda sobre para onde tinham sido levados os animais do vídeo, mas a questão ficou por responder.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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