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| - “Os líderes de 200 países a voar em jatos privados para uma reunião sobre mudanças climáticas, para me obrigarem a deixar de conduzir o meu carro”, afirma o autor do meme partilhado a 2 de novembro.
A 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), cuja missão é estabelecer medidas para evitar um aquecimento global acima de 1,5 °C, começou no domingo passado e vai prolongar-se até dia 12 de novembro. Vários líderes mundiais como o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o Príncipe Charles e o presidente dos EUA, Joe Biden, foram arduamente criticados nas redes sociais pelo uso excessivo de transportes privados, enquanto promovem esforços para reduzir as emissões de carbono.
De acordo com o FlightRadar24, um site que permite seguir voos em tempo real, houve 182 voos não comerciais para os aeroportos de Glasgow, Prestwick e Edimburgo desde 27 de outubro, excluindo as viagens de carga, regulares ou locais. Registou-se cerca do dobro do total dos seis dias anteriores e estes dados ainda excluem alguns voos como o do avião do Presidente Biden, o “Air Force One”.
A empresa de análise de aviação Cirium disse à BBC que houve um total de 76 voos relacionados com jatos privados, ou voos VIP, que chegaram a Glasgow e arredores nos quatro dias anteriores a 1 de novembro.
O que é que isto significa em termos de pegada de carbono?
Os aviões produzem gases com efeito de estufa – principalmente dióxido de carbono (CO2) – através da queima de combustível, que consequentemente contribuem para o aquecimento global. As emissões por quilómetro percorrido variam consoante o tamanho do avião, os níveis de ocupação e a eficiência.
Se considerarmos a viagem de Roma até Glasgow num jato privado, que alguns dos líderes do G20 – congresso entre Chefes de Estado e de Governo, com o objetivo de melhorar a coordenação nas principais questões globais – fizeram para chegar à COP26, isso levaria cerca de 2 horas e 45 minutos, exigindo 2.813 litros de combustível de avião.
O Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido diz que são emitidos 2,52 kg de dióxido de carbono por cada litro de combustível de turbina de aviação queimado. Por conseguinte, este voo produziria 7,1 toneladas de CO2.
No entanto, é recomendado que os valores das emissões de CO2 sejam multiplicados por 1,9 para refletir o efeito das emissões não CO2 libertadas pelos aviões a grande altitude. Assim, o total de emissões para este voo seria de 13,5 toneladas de equivalente CO2 e, com uma capacidade de nove, cada passageiro seria responsável por 1,5 toneladas na sua viagem.
Se os Chefes de Estado e de Governo tivessem viajado em voos comerciais, as suas emissões teriam sido de um quarto de tonelada cada, porque mesmo que o avião consuma mais combustível por hora, transporta muito mais passageiros e, por conseguinte, produz menos emissões por pessoa.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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