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| - Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião extraordinária do Conselho de Ministros de 8 de novembro, em que foram decididas as medidas de execução do “Estado de Emergência”, o primeiro-ministro António Costa apresentou as novas restrições e utilizou dados estatísticos para fundamentar as decisões tomadas pelo Governo no que concerne, por exemplo, à limitação de circulação em alguns horários.
Um dos gráficos exibidos durante a conferência indicava as principais fontes de contágio por Covid-19 em diferentes contextos – familiar, laboral, escolar, relacionado com lares ou serviços de saúde, etc.
Logo a seguir à conferência surgiram nas redes sociais várias publicações apontando para um suposto erro no gráfico: o somatório das percentagens visíveis no gráfico circular correspondia a apenas 95%, estando em falta 5% da informação.
Confirma-se que o primeiro-ministro divulgou um gráfico incompleto sobre os diferentes contextos de infeção por Covid-19?
Questionado pelo Polígrafo, o gabinete do primeiro-ministro remeteu o pedido de esclarecimento para o Ministério da Saúde e para a Direção-Geral da Saúde (DGS), responsáveis pela monitorização e fornecimento de dados relacionados com as situações de contágio pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Por seu lado, o Ministério da Saúde respondeu que os 5% em falta no gráfico correspondiam a situações em que “o link epidemiológico e o contexto da infeção é desconhecido“. Mais, garantiu que “a percentagem em falta consta da legenda da imagem referida”.
Analisando a imagem original verifica-se a existência da seguinte nota em rodapé: “Porção restante sem link epidemiológico conhecido“.
O Ministério da Saúde informa que o gráfico em causa foi entretanto atualizado. A nova versão está a ser difundida na página do Governo no Facebook (pode consultar aqui).
De resto, o primeiro-ministro também mostrou o novo gráfico que indica as principais fontes de contágio por Covid-19, na sua versão corrigida, durante uma entrevista concedida à TVI na segunda-feira, dia 9 de novembro.
Em suma, é verdade que o gráfico do tipo circular que o primeiro-ministro mostrou durante a conferência de imprensa de 8 de novembro estava incompleto. No entanto, importa ressalvar que continha uma indicação (quase imperceptível) de que o valor em falta estava relacionado com casos em que “o link epidemiológico e o contexto da infeção é desconhecido”. E que entretanto foi corrigido, na sequência das questões colocadas pelo Polígrafo.
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Avaliação do Polígrafo:
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