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| - O que estão compartilhando: vídeo que mostra uma multidão de pessoas na rua. O áudio sobreposto às imagens diz: “Israel está a qualquer momento, dentro dessas próximas 48 horas, para ser atacado pelo Irã, que está com mais de 3 mil mísseis apontados para o território israelense”. “Deus tenha misericórdia. Urgente, agora”, afirma a legenda.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso, porque a gravação não é recente. As imagens foram registradas em outubro de 2023, no contexto dos conflitos entre Israel e o grupo Hamas. Reportagens da imprensa internacional indicam que o vídeo mostra manifestantes pró-Palestina na Embaixada dos Estados Unidos no Líbano.
Saiba mais: por meio de uma busca reversa de imagens (veja como fazer aqui), o Estadão Verifica localizou o mesmo vídeo publicado em uma conta do X no dia 17 de outubro de 2023. De acordo com a postagem, o “caos havia tomado conta do Oriente Médio” após uma explosão em um hospital em Gaza. Veja abaixo.
Na data, o hospital Al-Ahli, localizado na cidade de Gaza, foi alvo de uma explosão que deixou centenas de mortos. À época, Israel e o grupo islâmico Hamas se acusaram mutuamente de causar o ataque.
Reportagens da imprensa internacional (leia aqui e aqui) repercutiram o vídeo e apontaram que as imagens mostram manifestantes pró-Palestina no Líbano, logo após o ataque ao hospital. O ato ocorreu na Embaixada dos Estados Unidos, localizada na capital Beirute.
Conflito entre Irã e Israel
Na peça verificada, um áudio sobreposto ao vídeo diz que, a qualquer momento, Israel será atacado pelo Irã. Os comentários da postagem sugerem que o aglomerado de pessoas foi registrado em Israel. “Deus. Cuida de Israel, Teu povo escolhido (sic)”, afirma um usuário.
No dia 13 de abril, mais de 300 drones e mísseis foram disparados pelo Irã contra Israel. O Irã alega que agiu por “legítima defesa”, motivado pelo bombardeio israelense no consulado do Irã na Síria. Já no dia 19, Israel atacou a cidade de Isfahan, no centro do Irã, que abriga uma importante base aérea.
Como lidar com postagens do tipo: é comum que desinformadores utilizem um vídeo fora de contexto para enganar sobre um assunto em evidência. No caso aqui analisado, a tensão entre Israel e Irã é constantemente noticiada pela imprensa nacional e internacional. Por isso, antes de compartilhar conteúdos duvidosos, faça uma busca por palavras-chave e dê preferência para fontes seguras e confiáveis. O Estadão Verifica já desmentiu diversos boatos sobre o assunto. Leia abaixo.
Leia mais checagens sobre Israel e Irã
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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