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| - “Google revela posição de bases russas na Ucrânia. Veja as fotos. Os ucranianos comemoraram a decisão da plataforma. O Google Maps decidiu na última segunda-feira, 18, retirar a ‘borragem’ que até então era colocada em cima das bases militares russas, em sua plataforma. Com a decisão, agora as imagens de alta resolução nos locais onde estão armamentos estratégicos, por meio dos satélites, podem ser visualizadas”, escreve o autor de uma das muitas publicações encontradas pelo Polígrafo no Facebook e no Twitter.
Em anexo, os internautas têm também partilhado várias imagens de satélite de supostas instalações e equipamento militar russo. As fotografias são autênticas? E a sua disponibilização em alta definição, sem estarem desfocadas, é uma decisão recente da Google?
A alegação teve origem no Twitter, a 18 de abril, numa conta chamada @ArmedForcesUkr (entretanto suspensa por violação das regras da rede social). A página em causa, apesar de usar um símbolo semelhante, não é a conta oficial do Ministério da Defesa ucraniano.
No tweet, garantia-se que o Google Maps tinha passado a disponibilizar imagens de satélite em alta definição de locais estratégicos militares russos que até agora apareciam em imagens com menor resolução e até desfocados.
Antes da invasão da Ucrânia, imagens de satélite foram usadas para seguir os movimentos das tropas russas, para revelar a quantidade de tanques russos a caminho de Kiev, para revelar o grau de destruição causado pelos bombardeamentos e também para mostrar o massacre de Bucha.
No entanto, o tweet em causa e as inúmeras publicações e partilhas que se seguiram estão apenas a espalhar desinformação. De facto, algumas das imagens partilhadas correspondem a instalações ou bases militares e equipamentos bélicos da Rússia, mas também estão disponíveis há vários anos – em alta definição – no Google Maps ou Google Earth.
No Twitter, a empresa respondeu a vários retweets com a mesma informação: “Olá, alertamos que não procedemos a nenhuma alteração nas nossas imagens de satélite da Rússia.”
A pedido dos governos de alguns países, a Google desfoca imagens de satélite de bases e instalações militares, como é o caso da Bélgica, França e Alemanha. Aliás, está disponível na Wikipédia uma lista de locais e coordenadas que não é possível ver em detalhe.
Contudo, a empresa garante que não fez alterações recentes a qualquer imagem da Rússia. Exemplo disso, é a fotografia da base militar de Lipetsk que é possível ver em alta resolução em 2015 e em 2021. A plataforma de fact-checking “Lead Stories” também pesquisou imagens da base naval russa em Severomorsk que remontam a 2016.
Em suma, as fotografias que têm sido partilhadas são autênticas mas a Google nega que tenha feito alterações recentes para disponibilizar com maior resolução imagens de satélite de bases militares da Rússia após a invasão da Ucrânia.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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