schema:text
| - Postagens nas redes sociais enganam ao alegar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria dito que não destinará verbas federais para eventos como o Carnaval, a Marcha para Jesus, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ e a Marcha da Maconha (veja aqui). Além da pasta comandada por ele ter desmentido a existência da declaração, Aos Fatos não localizou falas do economista com esse teor.
O conteúdo enganoso surgiu em 2018, mas reapareceu nas redes neste mês. No Facebook, posts acumulavam ao menos 122.600 compartilhamentos nesta terça-feira (23).
Inexistem registros de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha dito que não destinaria recursos financeiros para o Carnaval, a Marcha para Jesus, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ e a Marcha da Maconha. A pasta comandada por ele negou a veracidade da declaração que circula nas postagens checadas e Aos Fatos não encontrou fala idêntica ou semelhante a essa atribuída ao economista na imprensa (confira aqui, aqui e aqui) e em mecanismos de busca.
Os recursos para festas de Carnaval pelo Brasil podem vir de patrocínios da iniciativa privada, dos cofres estaduais e municipais, de verbas diretamente liberadas pelo Ministério do Turismo ou então por meio da Lei Rouanet, mecanismo público que permite aos organizadores captarem recursos na iniciativa privada.
Aos Fatos verificou no Portal da Transparência que, desde o início do governo Bolsonaro, foram firmados 12 convênios entre o Ministério do Turismo, municípios, agremiações e institutos para atividades relacionadas ao Carnaval, como projetos culturais voltados para área criativa do evento, infraestrutura e publicidade, além da capacitação de profissionais e do evento em si. Em seis deles houve liberação de verbas.
No caso da Lei Rouanet, que não envolve transferências do Tesouro, mas dedução do valor investido no Imposto de Renda, foram apresentadas propostas durante o governo Bolsonaro, mas a maioria não conseguiu captar recursos. A informação foi verificada por meio do Versalic, portal público onde estão informações dos projetos que recebem incentivos fiscais da Secretaria Especial da Cultura.
Os recursos para a realização das paradas do orgulho LGBTQIA+ são captados geralmente na iniciativa privada e por meio de financiamentos coletivos, de acordo com a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transsexuais e Intersexos). A edição do evento no Rio em 2017 foi um caso à parte ao conseguir autorização para captar verbas pela Lei Rouanet.
Aos Fatos não encontrou convênios firmados pelo Ministério do Turismo, nem pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, responsável por políticas públicas direcionadas à população LGBTQIA+.
A Marcha da Maconha não recebe verbas federais e recorre a financiamentos coletivos. Já a Marcha para Jesus, embora também não receba verbas federais, já obteve financiamento de municípios.
Esta peça de desinformação também foi checada pelo Boatos.org, E-farsas e Lupa.
Aos Fatos integra o Third-Party Fact-Checking Partners, o programa
de verificação de fatos da Meta. Veja aqui como funciona a parceria.
|