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| - “Um Governo cheio de promessas que não oferece futuro a Portugal. Computadores prometidos chegam depois de terminado o Secundário”, destaca-se no post em causa, na página oficial do PSD no Facebook.
Segue-se uma cronologia do processo: “abril 2020 – António Costa promete que todos os alunos Ensino Básico e Secundário iniciarão o ano letivo 2020/2021 com o acesso a um computador”; “julho 2021 – mais de 60% dos alnos não tem o acesso ao computador prometido pelo Governo”; “novembro 2021 – são assinados os contratos para o fornecimento dos primeiros 600 mil computadores”.
A partir destes elementos, conclui-se: “Um Governo cheio de promessas, que insiste em deixar o futuro de Portugal e dos portugueses em suspenso. Quanto vale a palavra de António Costa e do Governo do PS?”
“Há bem mais computadores do que tínhamos no início do ano. É importante não nos centrarmos única e simplesmente no passado, mas vermos qual é o momento atual”, afirmou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros de 28 de janeiro de 2021, na qual anunciou que o modelo de ensino online (em vez do presencial, devido ao confinamento em vigor na altura) iria ser retomado a partir de 8 de fevereiro.
“O boletim do Instituto Nacional de Estatística, lançado em novembro, tinha um dado que dizia que famílias ou agregados familiares que têm uma ou mais crianças até aos 15 anos, 98,2% desses agregados familiares tinham acesso à Internet. Agora o que temos claramente, depois de termos dado mais 100 mil computadores, de 335 mil computadores estarem a caminho, de a sociedade civil se ter organizado, de as câmaras municipais terem distribuído, ou mesmo as juntas de freguesia, centenas de milhares de computadores, é que necessariamente estamos mais preparados. E quem o diz são os diretores de escola”, sublinhou Brandão Rodrigues.
De facto, no dia 11 de abril de 2020, em entrevista à Agência Lusa, o primeiro-ministro António Costa tinha prometido entregar computadores a todos os alunos no início do novo ano letivo, em setembro de 2020. “Assumimos um objetivo muito claro: nós vamos iniciar o próximo ano letivo assegurando o acesso universal à rede e aos equipamentos a todos os alunos do ensino básico e secundário”, garantiu então Costa.
“É muito mais do que ter um computador ou um tablet. É ter isso e possuir acesso garantido à rede em condições de igualdade em todo o território nacional e em todos os contextos familiares, assim como as ferramentas pedagógicas adequadas para se poder trabalhar plenamente em qualquer circunstância com essas ferramentas digitais”, salientou.
Ora, em novembro de 2021 ainda faltam entregar 600 mil computadores. Os contratos de fornecimento só foram assinados recentemente e implicam uma despesa de cerca de 163 milhões de euros.
Questionado pelo jornal “Público” sobre esta matéria, no final de outubro, o Ministério da Educação não se comprometeu com um prazo para a entrega dos 600 mil computadores em falta. “Serão distribuídos à medida que forem sendo entregues pelos fornecedores, o que evitará também a forte sobrecarga sobre as escolas às quais compete a tarefa de distribuição dos equipamentos para os alunos”, respondeu.
De acordo com o mesmo jornal, “a falta de chips no mercado tem levado a uma forte redução na produção de equipamentos tecnológicos, entre os quais se destacam os portáteis, e por essa razão as empresas têm evitado fixar prazos ou, quando o fazem, apontam para períodos mais dilatados. A este respeito, o Ministério da Educação destaca que, ‘ao contrário do que aconteceu noutros países da Europa, e apesar de todos os constrangimentos e pressão sobre a indústria informática (muito agudizados durante a pandemia), foi possível distribuir no ano letivo passado 450 mil computadores e respectivos hotspots de Internet'”.
Ou seja, mais de um ano (cerca de 14 meses) após o término do prazo definido por Costa para a entrega de computadores portáteis a todos os alunos, o facto é que mais de metade continua em falta.
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Avaliação do Polígrafo:
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