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| - Preocupado com as manifestações dos empresários do Alojamento Local (AL), Carlos Guimarães Pinto fez esta tarde, na Assembleia da República, uma declaração a confirmar o apoio do Iniciativa Liberal para com esta luta. As palavras não caíram bem nas bancadas à esquerda e, num pedido de esclarecimento, Bruno Dias, do PCP, notou:
“Há uma ideia errada muito frequente que eu julgo que importa desmistificar. É que quando se fala que há falta de casas no mercado, na verdade o que falta são casas que as pessoas possam pagar. Na última década, qual foi a evolução do número de casas face à população? Os Censos demonstram e é muito fácil: o número de famílias residentes em Portugal aumentou 105 mil. O número de casas disponíveis aumentou 111 mil. A oferta aumentou mais do que a procura. E no entanto o que é que aconteceu aos preços? A menos que os Censos sejam uma conspiração comunista para demonstrar que a IL está errada.”
Além destes dados, o deputado comunista trouxe outros para a sua intervenção: “Nos últimos oito anos, enquanto o salário nominal médio aumentou 21%, o preço do metro quadrado na habitação aumentou 117 %. E no distrito de Lisboa aumentou 154%. Há quem esteja a ganhar milhões com este flagelo social que é a especulação imobiliária.” Está correto?
Recorrendo ao relatório de preços divulgado no portal “Idealista“, podemos olhar para a evolução do preço das casas à venda em Portugal: desde dezembro de 2015, mês em que o preço por metro quadrado de habitação se situava nos 1140 euros, até dezembro de 2022, mês em que esse valor subia para os 2475 euros, este indicador subiu 117%, tal como referiu Bruno Dias. Em janeiro de 2023, o preço do metro quadrado desceu para os 2467 euros.
Se afunilarmos a pesquisa para o distrito de Lisboa, verificamos que, no mesmo período, o preço por metro quadrado de habitação subiu de 1504 euros para os 3822, ou seja, 154%, assim como disse o deputado comunista.
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Avaliação do Polígrafo:
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