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| - Num dos exemplos detectados pelo Polígrafo, a imagem da carta surge num tweet com texto em inglês, traduzido para português da seguinte forma: “A Lituânia renomeou a rua em que se localiza a Embaixada da Rússia, em Vilnius, para ‘Rua dos Heróis Ucranianos‘, forçando qualquer um que tenha que trocar correspondência com oficiais do Governo Russo a prestar tributo à Ucrânia. Sanção mais espirituosa até agora?”
De facto, Vilnius, capital da Lituânia, é a cidade onde está localizado o monumento que dá casa à Embaixada da Federação Russa. Mas será que o nome da rua foi mesmo alterado em solidariedade com a Ucrânia?
Sim. E, na verdade, a relação amistosa entre os dois países – Lituânia e Ucrânia – começou muito antes da guerra em curso, até porque grande parte da Ucrânia já fez parte do Grão-Ducado da Lituânia, uma pertença que se prolongou também durante a Comunidade Polaco-Lituana, que se estendeu depois ao Império Russo e também, até 1991, à URSS. Além disso, a Lituânia prometeu mesmo, em 2009, assistência à Ucrânia no que respeitava às suas intenções de se tornar membro da União Europeia.
Em 2014, o apoio do país ao povo ucraniano foi claro e, já este ano, a situação não se alterou. Assim, o presidente da Câmara Municial de Vilnius, Remigijus Šimašius, anunciou no Facebook que “a partir de agora, o cartão-de-visita de cada funcionário da Embaixada Russa terá de prestar homenagem aos heróis ucranianos“. Desta forma, “todos os que escreverem uma carta à Embaixada terão de pensar nas vítimas da agressão russa, bem como nos heróis ucranianos“.
Ainda assim, não se tratou de um “renomeação“, já que o edifício da Embaixada Russa utilizava como morada a Rua da Letónia, que permanece com o nome original. O que aconteceu foi que uma rua mais pequena, sem nome e que abre também caminho para a Rmbaixada, foi assim batizada, passando a ser oficialmente a morada do edifício diplomático.
“Falei com o ministro dos Transportes e Comunicações, o senhor Marius Skuodis. Penso que os Correios lituanos não entregarão cartas se o endereço estiver incorreto“, garantiu o autarca.
De acordo com o jornal britânico “The Guardian“, esta não é a primeira vez que Vilnius faz uso de sinais e símbolos para atingir a Rússia. Em 2018, por exemplo, a cidade renomeou uma praça do lado de fora da Embaixada em homenagem a Boris Nemtsov, “uma figura proeminente da oposição, morto a tiros perto do Kremlin por agressores desconhecidos”.
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Avaliação do Polígrafo:
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