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  • “Quando forem vestir qualquer roupa ou calçar uns sapatos, ténis ou botas, observem ou sacudam. Surgiu uma epidemia provocada pela aranha-marrom. É muito pequena, mas tem uma toxina muito forte.” A publicação começou a circular na semana passada e tem alarmado alguns utilizadores das redes sociais. No texto é sublinhada a sua perigosidade: “Uma picada dela é altamente perigosa e se não for tratada a tempo pode causar graves problemas, inclusive a morte pela demora de atendimento.” No final, é deixado um alerta: “É de todo o interesse dar a conhecer aos vossos familiares e amigos este tema.” Mas haverá realmente uma epidemia da aranha-marrom em Portugal? Em Portugal são conhecidas cerca de mil espécies de aranhas , sendo que apenas duas são potencialmente tóxicas para as pessoas: a viúva-negra mediterrânica, do género Latrodectus, e a aranha-marrom (ou aranha-violino), do género Loxosceles. Em declarações ao Polígrafo, Luís Crespo, biólogo da Universidade de Barcelona, explica: “As aranhas do género Loxosceles surgem em lugares sombrios, pelo que até são vulgarmente encontradas dentro de edifícios construídos pelo homem, mas ocorrem preferencialmente debaixo de pedras no exterior ou até mesmo dentro de grutas. Poderão entrar dentro de sapatos, mas a probabilidade de isso acontecer não é maior do que a de encontrar qualquer outro tipo de refúgio dentro de uma casa. Não é agressiva. A primeira reação das Loxosceles quando são perturbadas nos seus refúgios é de fugir.” E acrescenta: “Não se conhece uma única epidemia derivada de aranhas no mundo. As picadas de aranhas devem-se a acontecimentos fortuitos, como esmagadelas acidentais, etc., já que não se alimentam de sangue ou tecidos humanos. Diria que a única epidemia em causa pode ser é o aumento do sensacionalismo”, ironiza o investigador. O biólogo garante que a aranha-marrom não é mortal. Tudo o resto, especifica, é especulação: “A espécie que ocorre em toda a bacia mediterrânica, a Loxosceles rufescens, não é mortal. Existem congéneres americanas que são conhecidas por produzirem picadas mais perigosas, que podem levar a graves necroses, e, como tal, como há uma espécie parecida na nossa aracnofauna, muitas vezes surgem notícias falsas que remetem para uma dessas epidemias que provavelmente encontraram…” Mas o maior problema, afirma, acaba por ser a ausência de dados clínicos que permitam aferir que uma lesão foi ou não provocada por alguma espécie de aranha: “Dito isto, uma (improvável) picada de Loxosceles rufescens certamente provocará algum tipo de ferida nalguma vítima, mas, infelizmente, quase não há registos clínicos de picadas de aranhas identificadas com sucesso. Frequentemente as pessoas acordam com sintomas (inchaços, borbulhas, etc.) de supostas picadas de aranha, porque, ao procurar algum agente por perto, podem encontrar aranhas escondidas. Muitas vezes o exemplar não é coletado e as instituições médicas não remetem a especialistas os exemplares para que sejam identificados com sucesso. E a ausência de dados clínicos é um grande facto limitativo do nosso conhecimento da real sintomatologia de picadas de aranhas.” Segundo o artigo “Envenenamento em Portugal: Verdade ou Mito?” publicado na Ata Médica Portuguesa de 2010 é bastante perigoso assumir que uma lesão provocada pela picada de uma aranha: “Primeiro, os doentes podem preocupar-se sem razão com a sua segurança em casa, levando a medidas extremas como a tentativa de controlo de qualquer aranha ou inseto por fumigação ou métodos similares. Além de desnecessárias, estas medidas podem dar origem a outros problemas dado que as aranhas são excelentes sujeitos no controlo de pragas e os venenos usados para o seu extermínio normalmente contêm substâncias prejudiciais à saúde. (…) Além disso, um diagnóstico errado pode levar a um tratamento desadequado e potencialmente prejudicial. Não só a verdadeira causa não é tratada, como poderão existir efeitos secundários dos medicamentos administrados eventualmente prejudiciais à evolução do doente.” Concluindo, trata-se de uma informação falsa e alarmista que não tem qualquer tipo de fundamento científico. *** Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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