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  • Miguel Sousa Tavares [MST]: Deixe-me só recordar uma coisa. Quando você vai para o BCP, você vai da Caixa Geral de Depósitos, banco público, para o BCP. Há uma escuta telefónica em que você chega ao BCP e dá com um crédito inacreditável (não sei como é que um banqueiro faz aquele crédito, não foi você, foi alguém que lá estava antes), um crédito a favor do autódromo do Algarve que só podia ser um negócio ruinoso. E você telefona para alguém do Governo e diz… Armando Vara [AV]: Eu telefono? MST: Sim, a escuta diz isso. AV: Está enganado! MST: Para convencer alguém da Caixa Geral de Depósitos a ficar com esse crédito… AV: Alguém do Governo me ligou sobre essa matéria. MST: Pronto, de acordo. AV: Querendo convencer-me a que eu ligasse para a Caixa, pedindo a alguém para que a Caixa financiasse. MST: Para ficar com o crédito… AV: Mas pedindo-me a mim, eu disse: “Não, se quiseres faz tu!” MST: Se bem me lembro era ao contrário, você a tentar passar o crédito para o banco público. Este é um excerto da entrevista de Armando Vara à TVI, no “Jornal das 8” de 10 de dezembro, co-conduzida pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Qual das versões é verdadeira, a de Vara ou a de Sousa Tavares? A escuta telefónica em causa foi revelada pelo jornal “Sol”, na edição de 21 de março de 2017. Trata-se de uma das escutas extraídas do processo “Face Oculta” pelo Ministério Público (MP) para questionar José Sócrates no âmbito do processo “Operação Marquês”. O objetivo do MP era comprovar a interferência do primeiro-ministro Sócrates na administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em negócios que iam desde o financiamento ao empreendimento de Vale do Lobo até ao chumbo da oferta pública de aquisição da Portugal Telecom. “Na escuta em questão, registada a 14 de julho de 2009, Vara diz ao secretário de Estado Laurentino Dias que ‘o chefe [Sócrates] deve dar um conforto, porque sabe o peso que isso tem do outro lado de lá [na CGD], ou então o ministro das Finanças’. E adiante concretizava que deveria ser ‘o gabinete do primeiro-ministro ou até o próprio primeiro a dizer ao Bandeira para meter lá os 10 milhões’. A conversa dizia respeito ao Autódromo do Algarve e, segundo o MP, mostra que as intervenções de Sócrates junto da Caixa eram consideradas ‘normais’”, noticiou o jornal “Sol”. Vara explicava que, se necessário fosse, o primeiro-ministro poderia intervir junto da administração da Caixa no sentido de garantir o financiamento do Autódromo, apesar da consciência de que o projeto não seria viável e o dinheiro seria irrecuperável. Mais, “a escuta relacionada com a injeção de capitais públicos no Autódromo do Algarve, entre Armando Vara (então vice-presidente do Millennium/BCP e anterior administrador da CGD) e o secretário de Estado que tutelava o Desporto, Laurentino Dias, relacionava-se com o sufoco financeiro que a Parkalgar, proprietária do recinto, estava a atravessar, carecendo de uma urgente injeção de capital. Vara explicava que, se necessário fosse, o primeiro-ministro poderia intervir junto da administração da Caixa no sentido de garantir o financiamento do Autódromo, apesar da consciência de que o projeto não seria viável e o dinheiro seria irrecuperável. E informava Laurentino Dia de que houvera uma conversa com o vice-presidente da CGD, Francisco Bandeira, em que ficara estabelecida ‘uma estratégia’ para o Autódromo, ‘que passa pelo financiamento de 10+10 milhões’”. Foi nesse momento que Vara defendeu a necessidade de alguém dar um toque ao presidente do banco público e a Bandeira, especificando que devia ser ‘do gabinete do primeiro-ministro ou até o próprio primeiro a dizer ao Bandeira para meter lá os 10 milhões’”, revelou o jornal “Sol”. “O secretário de Estado respondia que estava a par. O outro acrescentava: ’Não há razão nenhuma para a Caixa não meter lá os 10 milhões, a não ser por birra do bandeira’. Laurentino Dias adiantava: ‘De cima, pediram ao Pina [Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro e Finanças], que ligou ao Francisco Bandeira. Este disse que ia falar com o homem lá de baixo, faziam uma reunião e depois decidiam’. Na véspera dessa reunião ‘estava tudo bem encaminhado’. Conhecedor da instituição, Vara presumiu que ‘os de baixo devem ter sido o gajos do risco’ [Direção de Riscos de Crédito da CGD], acrescentando que, no dia anterior, tinham dito a Bandeira que a CGD ‘podia dizer não, mas tinham 15 milhões e iam perdê-los’. Foi nesse momento que Vara defendeu a necessidade de alguém dar um toque ao presidente do banco público e a Bandeira, especificando que devia ser ‘do gabinete do primeiro-ministro ou até o próprio primeiro a dizer ao Bandeira para meter lá os 10 milhões’”, revelou o jornal “Sol”. “Vara, no entanto, não tinha ilusões: ‘O projeto, do ponto de vista económico, é irracional, mas está feito e um dia qualquer o Estado nacionaliza aquilo, que é a solução’. Esclarecia que o BCP, do qual era vice-presidente e que que era o principal credor do Autódromo, tinha lá ’27 ou 30 milhões, não tem assim tanto mais do que a Caixa’, acrescentando que a CGD não se devia ter metido no assunto, tendo-o feito erradamente, devido a pressões: ‘Aquilo será sempre um sorvedouro de massa enquanto estiver privado. O Estado diz que são assuntos privados. A partir do momento em que está lá o banco do Estado é que já é uma chatice’”, acrescentou. A partir da escuta telefónica descrita pelo jornal “Sol”, conclui-se que a versão de Sousa Tavares (“Se bem me lembro era ao contrário, você a tentar passar o crédito para o banco público”) é verdadeira, enquanto a de Vara é falsa. Avaliação do Polígrafo:
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