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| - “Mais uma que procura à custa do Chega sobreviver nos media, pois nas presidenciais foi um fiasco”, comenta o autor de uma das várias publicações do suposto tweet detectadas pelo Polígrafo nos últimos dias.
A imagem de perfil e o endereço são replicados a partir da página de Ana Gomes na rede social Twitter, de facto, ludibriando assim muitas pessoas que acreditaram na autenticidade deste conteúdo, o qual não passa de uma intrujice.
Consultando a página de Ana Gomes não encontramos qualquer tweet com a supracitada mensagem, nem no dia 19 de fevereiro nem ao longo dos últimos meses. O tweet é falso, não existe, nunca foi publicado pela visada.
Também não encontramos qualquer registo público de afirmação de Ana Gomes em que tenha defendido que “devíamos prender o André Ventura e suspender o partido Chega, nem que seja preventivamente”. A citação é apócrifa.
Apesar da evidente falsidade do tweet, a citação (apócrifa, voltamos a sinalizar) advém de um facto verdadeiro: Ana Gomes defende que o partido Chega deve ser ilegalizado, ou pelo menos que a sua legalização seja reapreciada pelo Tribunal Constitucional, tal como assumiu frontalmente durante a campanha para as eleições presidenciais.
Aliás, logo após as eleições, a antiga eurodeputada e diplomata de carreira apresentou mesmo uma queixa formal na Procuradoria-Geral da República (PGR) visando a ilegalização do partido liderado por André Ventura e uma investigação ao respetivo financiamento.
“O Tribunal Constitucional e o Ministério Público não podem continuar a eximir-se à responsabilidade que lhe está cometida”, sublinhou Ana Gomes, solicitando à PGR que “instrua o Ministério Público a desencadear um processo de reapreciação da legalidade do partido Chega pelo Tribunal Constitucional e de consideração da eventual extinção judicial desse partido”, segundo informou o jornal “Diário de Notícias”, a 3 de fevereiro.
As fake news mais eficazes – no sentido de enganarem e chegarem a mais pessoas – costumam utilizar um facto verdadeiro como chamariz, misturando-o com falsidades ou extrapolando e deturpando o sentido original até ao ponto da desinformação.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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