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| - “Governo holandês é composto por: 16 ministros, 8 secretários de Estado! Repugnantemente poucos”, ironiza-se numa das publicações em causa, denunciada como sendo fake news por utilizadores do Facebook.
Em várias outras publicações traça-se a comparação entre o número de ministros e secretários de Estado que compõem atualmente os governos português e holandês, com 70 e 24 no total, respetivamente.
Os números invocados estão corretos?
No que respeita ao atual Governo de Portugal, confirma-se que tem 70 membros no total, englobando 20 ministros (inclusive o primeiro-ministro António Costa) e 50 secretários de Estado.
Quanto ao atual Governo dos Países Baixos, verifica-se que tem 25 membros no total, englobando 19 ministros (inclusive o primeiro-ministro Mark Rutte) e 6 secretários de Estados.
Ou seja, apesar da ligeira imprecisão relativamente ao Governo holandês (tem 25 membros no total e não 24), a publicação sob análise difunde – no cômputo geral – informação verdadeira.
Estas publicações surgem no contexto da polémica que envolveu o primeiro-ministro de Portugal e o ministro da Finanças dos Países Baixos. Na quinta-feira, dia 26 de março, António Costa qualificou como sendo “repugnante” e contrária ao espírito da União Europeia (UE) uma declaração do ministro das Finanças holandês pedindo que Espanha seja investigada por não ter capacidade orçamental para fazer face à pandemia.
“Esse discurso é repugnante no quadro de uma União Europeia. E a expressão é mesmo essa. Repugnante”, disse António Costa, quando questionado sobre a declaração do ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho Europeu extraordinário de quinta-feira. Uma reunião que durou cerca de seis horas.
Hoekstra afirmou, numa videoconferência com homólogos dos 27 Estados-membros da UE, que a Comissão Europeia deveria investigar países, como Espanha, que afirmam não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, apesar de a Zona Euro estar a crescer há sete anos consecutivos, segundo fontes europeias citadas na imprensa europeia.
Para o primeiro-ministro, a afirmação do ministro holandês “é uma absoluta inconsciência” e uma “mesquinhez recorrente” que “mina completamente aquilo que é o espírito da UE e que é uma ameaça ao futuro da UE”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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