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| - “Um arco-íris completo… A fotografia foi tirada a cerca de 30 mil pés [mais de 9 mil metros] acima da Terra. No chão geralmente vemos apenas a metade do arco do círculo”, destaca-se numa das publicações da imagem em causa, com autoria atribuída a Lloyd J. Ferraro.
A autenticidade da fotografia gerou muitas dúvidas nas redes sociais. É mesmo real?
O suposto autor da fotografia, Lloyd J. Ferraro, é um piloto de aviação e foi questionado pela “Lead Stories”, plataforma norte-americana de verificação de factos, sobre esta história do “arco-íris completo”.
Ferraro explicou que um colega copiou e partilhou a imagem nas redes sociais e ele acabou por fazer o mesmo, mas não foi ele que tirou a fotografia. “Ele já viu arco-íris de círculo completo durante os seus voos e diz que não são tão raros como as pessoas pensam. Sublinhou que uma pessoa nem sequer precisa de estar num avião para ver um desses arco-íris que podem ser observados a partir de um ponto alto como o cume de uma montanha”, reportou a “Lead Stories”.
A título de exemplo, no dia 27 de dezembro de 2022, a NASA divulgou uma “Imagem Astronómica do Dia” que retratava, precisamente, um arco-íris de círculo completo na Noruega. Essa foi captada através de drone por Lukas Moesch, fotógrafo de nacionalidade suíça.
Quanto à imagem que afinal não foi captada por Ferraro, a “Lead Stories” mostrou-a a Roland Stull, professor de Ciência Atmosférica na Universidade de British Columbia, em Vancouver, Canadá, que garantiu desde logo que “é falsa“.
“Os arco-íris formam um círculo centrado em torno da sombra do fotógrafo ou da câmara. Ou seja, olhando para longe do Sol. Na fotografia anexada, com base nas laterais das nuvens que são iluminadas pelo Sol, o arco-íris aparece incorretamente na direção do Sol, não na direção oposta ao Sol. Além disso, o próprio círculo do arco-íris parece estar incorretamente a tocar o local do céu onde está o Sol, ainda que esteja escondido atrás de uma nuvem, em vez de o círculo estar centrado numa sombra oposta ao Sol. Isto é, centrada em torno do ponto ‘anti-solar'”, explicou Stull.
Em suma, a fotografia em causa não foi captada pelo piloto Lloyd J. Ferraro, a mais de 9 mil metros de altitude sobre o Oceano Pacífico, nem sequer é uma imagem real. Embora não seja possível identificar a respetiva origem, tudo aponta para que tenha sido manipulada através de ferramentas de edição e/ou inteligência artificial.
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Avaliação do Polígrafo:
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