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| - É falso que pistola d'água foi usada em atentado contra Cristina Kirchner
Não é verdade que o atentado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tenha sido falso ou que tenha sido utilizada uma pistola d'água na ocasião, conforme afirma um vídeo publicado no Facebook com mais de 26 mil visualizações.
O ataque aconteceu no dia 1º de setembro, e o autor foi identificado como Fernando Sabag Montiel, que tem nacionalidade brasileira. Ele apontou uma arma a menos de um metro da cabeça de Kirchner. A pistola apreendida pela polícia local estava carregada com balas e foi identificada como uma Bersa calibre 32.
O que diz a publicação? A postagem é de um vídeo de pouco mais de um minuto de duração, com a seguinte legenda: "Parece que o suposto atentado a Cristina Kirchner é fake. Munição para a imprensa esquerdista e a militância de plantão politizar o acontecimento com falsas acusações".
Um homem aparece fazendo uma introdução ao assunto. Ele afirma ter ampliado a imagem do atentado e ter constatado que foi utilizada uma pistola d'água, e que o atirador teria despejado um líquido não identificado no rosto da vice-presidente argentina.
Na sequência, ele reproduz o vídeo do ataque, enquanto o atirador aponta a pistola a menos de um metro de Cristina Kirchner, e faz acusações infundadas. "Isso é uma farsa! Inclusive ela fecha o olho, porque jogou alguma coisa na cara dela", alega. "Olha o líquido saindo", diz, mesmo que não apareça líquido algum na filmagem, que está com a qualidade baixa e desfocada.
Prisões. A polícia prendeu três pessoas pessoas por envolvimento no atentado. A Justiça argentina responsabilizou provisoriamente Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, e sua namorada, Brenda Uliarte, de 23, pelo ataque contra Cristina Kirchner. A juíza responsável pelo caso ainda vai decidir se processará os acusados. Uma terceira pessoa foi presa dias após o atentado, mas não foi identificada.
O atentado. De acordo com o jornal argentino Clarín, as autoridades consideraram que o ato foi premeditado, com planejamento e acordo prévio entre o casal. O veículo consultou um documento judicial de indiciamento, que foi divulgado na última quarta-feira (7).
O brasileiro foi preso logo após o ataque, no dia 1º de setembro. Já a namorada, pouco depois, em 4 de setembro. A mulher alegava que não tinha contato com Sabag Montiel desde 48 horas antes do ataque frustrado. No entanto, imagens das câmeras de segurança registradas no dia do crime mostram o casal chegando ao mesmo tempo nas proximidades da residência de Kirchner, em meio a apoiadores.
Até o momento, somente o casal foi detido. Eles são acusados de tentativa de homicídio. A Justiça ainda apura se mais pessoas participaram do atentado.
A arma. A pistola apreendida pela polícia foi identificada como uma Bersa calibre 32, de fabricação argentina. A numeração da arma estava parcialmente apagada e o revólver estava apto para o disparo, de acordo com o argentino La Nacion.
A reportagem do Clarín constatou que a arma tinha cinco balas, e que o gatilho foi apertado duas vezes, a poucos metros da cabeça da vice-presidente. Apesar disso, o projétil não saiu de dentro da arma.
Uma perícia realizada pela Polícia Federal da Argentina confirmou que não havia bala na câmara, mas sim no carregador - e o dispositivo precisaria ter sido acionado manualmente para funcionar.
No estúdio onde morava o autor do crime foram encontradas 100 balas do mesmo calibre da pistola Bersa. As autoridades também conseguiram identificar o dono original da pistola a partir da reconstrução do número da arma: César Bruno Herrera, um vizinho que morava a poucos quarteirões da antiga casa de Sabag. Herrera, já falecido, era taxista; não se sabe se ele deu a arma para o criminoso ou se o próprio brasileiro a roubou do vizinho.
Repercussão. A publicação que falsamente atribui como fake o atentado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi compartilhada no Facebook no dia 2 de setembro. Ela teve 26 mil visualizações, mais de 1.700 reações de interação com o post, além de mais de 300 comentários.
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