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| - Não se sabe de que resulta nem porque é que está associado ao antigo Banco Português de Negócios (BPN, fechado em 2011 e vendido ao Banco BIC Português nessa altura. São no total 9.710.539.940,09 euros, ou seja, mais de 9,7 mil milhões de euros naquele que é considerado, em post de Facebook, como “o roubo do século“. Artigos de 2011 e 2012, divulgados em blogs, dão conta do mesmo valor, mas explicam a sua origem:
“O montante do desvio atribuído a Oliveira e Costa, Luís Caprichoso, Francisco Sanches e Vaz Mascarenhas é algo de tão elevado, que só a sua comparação com coisas palpáveis nos pode dar uma ideia da sua grandeza. Com 9.710.539.940,09 euros poderíamos comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo); comprar 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid; construir sete TGV de Lisboa a Gaia; construir cinco pontes para travessia do Tejo; construir três aeroportos como o de Alcochete; distribuído pelos 10 milhões de portugueses, caberia a cada um cerca de 971 euros.”
A publicação analisada pelo Polígrafo cinge-se ao montante que resulta da divisão do “desvio” pelo número de residentes em Portugal, que daria os referidos 971 euros a cada um, mas será que o valor está correto?
A 25 de novembro de 2009, o “Jornal de Negócios” noticiava que 0 “desvio no BPN” se tinha elevado “a 10 vezes o custo da Ponte Vasco da Gama”. José Oliveira e Costa e os ex-administradores do BPN, como Luís Caprichoso e Francisco Sanches, eram nomes apontados como “acusados pelo Ministério Público de terem criado um buraco de 9,7 mil milhões de euros em operações fora da contabilidade do Banco Insular”.
Quem o avançou foi o “Correio da Manhã“, que na madrugada desse mesmo dia escrevia que, “segundo o despacho de acusação, a partir de 2003 as operações do Banco Insular (BI) passaram a ser repartidas por dois balcões: um com registo de movimentos e outro, que ficou conhecido como ‘balcão virtual’, à margem da contabilidade“.
Terá sido assim que, “para fazer entrar e sair fundos entre as duas estruturas, os arguidos criaram a sociedade Solrac Finance, com conta aberta nos dois balcões e que funcionava como ‘conta de equilíbrio’. Só na conta fora de balanço, demonstra a acusação, o esquema permitiu que fossem registadas operações que resultaram num desvio no valor de 9.710.539.940,09 euros. O primeiro movimento teve lugar a 23 de abril de 2003”.
De acordo com um relatório extraordinário do Banco de Portugal, produzido em 2019, contendo “informação relevante relativa às instituições de crédito que tenham sido objeto ou resultado de medida de resolução, nacionalização, liquidação ou de operações de apoio à capitalização com recurso direto ou indireto a fundos públicos nos 12 anos anteriores à publicação”, os fundos públicos disponibilizados às instituitções de crédito abrangidas (entre 2007 e 2018) atingiram um valor total de 23,8 mil milhões de euros.
O valor total referente ao BPN cifrava-se em cerca de 4,9 mil milhões de euros. No entanto, esse valor ainda não é definitivo, continuando a aumentar em anos mais recentes.
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Avaliação do Polígrafo:
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