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| - André Ventura anunciou no passado sábado, 10, a recandidatura à presidência do Chega. Foi no final do 12º Conselho Nacional que Ventura sublinhou que, caso seja reeleito no próximo congresso do partido, está apostado em ultrapassar rapidamente o PSD nas urnas: “O nosso objetivo é superarmos o PSD no próximo ato eleitoral que houver”, afirmou aos jornalistas. O líder do Chega foi mais longe e revelou ainda que pretende “assegurar, no próximo parlamento, um governo à direita, mas um governo à direita onde o Chega tenha mais preponderância que o PSD e não o contrário”.
No Facebook, uma página que publica regularmente conteúdo relacionado com o Chega recordou quatro promessas protagonizadas pelo, assim designado, “‘rei’ dos objetivos não alcançados”, a propósito da nova meta traçada.
A primeira manchete destacada remonta a dezembro de 2021, quando o líder do Chega fixou o objetivo de eleger entre 15 e 25 deputados e tornar-se na “terceira força política” nacional nas eleições legislativas que decorreriam a 30 de janeiro de 2022. Afirmou mesmo que, caso não conseguisse aquele número de assentos no Parlamento, tal seria “uma derrota” para o partido. A meta não foi atingida por três deputados, uma vez que o Chega elegeu 12 representantes.
Em novembro de 2021, e referindo-se ao mesmo ato eleitoral, apontou a meta de 15% dos votos. “Vou dar tudo para que no dia 30 nós todos juntos possamos celebrar a enorme vitória de chegar aos 15% nas legislativas”, salientou Ventura na abertura de um congresso do partido. O Chega obteve 399.510 votos nesta eleição – o que corresponde a 7,18% do total.
Aquando das eleições presidenciais de 2021, o líder estabeleceu alvos concretos nos objetivos que definiu. Ana Gomes foi a principal visada. “A Ana Gomes vai ser a pior candidata presidencial de sempre: histérica, obcecada com os seus inimigos de estimação, amiga das minorias que vivem do nosso trabalho. Se por acaso ficasse à minha frente demitia-me de líder do Chega. Não vai acontecer!”, escreveu num tweet, a 8 de setembro de 2020.
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A proclamada certeza do líder do Chega caiu por terra no dia 24 de janeiro de 2021. Ana Gomes alcançou 12,97% da votação, com 541.556 votos. André Ventura ficou pouco atrás, com 496.773 votos, o equivalente a 11,90% do total. Ainda na noite eleitoral, cumpriu a sua palavra e demitiu-se do cargo de liderança da estrutura partidária. Em março do mesmo ano foi a votos sozinho e foi reeleito com 97,3% dos votos.
Antes do arranque oficial da campanha eleitoral para as presidenciais de 24 de Janeiro, André Ventura subiu a parada e, ao de Ana Gomes, acrescentou os nomes de João Ferreira e Marisa Matias. Pretendia ter mais votos que os três candidatos juntos. “Na noite de 24 de Janeiro a nossa missão só pode ser uma: devolver a esquerda à insignificância que sempre devia ter tido”, afirmou o candidato quando anunciou o propósito. Mais uma vez, não o concretizou. A soma dos votos obtidos pelos candidatos assinalados corresponde a 21,24% do sufrágio, ou seja, praticamente o dobro do resultado de Ventura.
Em suma, é verdade, tal como se destaca no Facebook, que Ventura anunciou vários objetivos eleitorais publicamente desde a criação do Chega. Nos casos mencionados, falhou as metas definidas.
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Avaliação do Polígrafo:
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