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| - Racismo, xenofobia, homofobia. As três principais acusações dirigidas ao Chega ocuparam parte importante do discurso de um membro da direção distrital do partido (Porto), Marcus Santos, na 5.ª Convenção Nacional, realizada nos dias 27, 28 e 29 de janeiro. Mas, desta vez, para serem desmentidas, na defesa que aquele dirigente fez do seu partido.
Vejamos como Marcus Santos refutou cada uma delas:
Racismo e xenofobia
Marcus Santos traçou a separação entre o mau e o bom, dando como exemplos do primeiro grupo a ex-deputada do Livre Joacine Katar Moreira e o ativista antirracista Mamadou Ba, e do segundo grupo, três dirigentes/militantes do Chega (ele próprio, Luc Mombito e Gabriel Mithá Ribeiro), todos nascidos fora de Portugal.
“Racistas e xenófobos porquê? Porque nós queremos defender as nossas fronteiras, para que não venham mais Mamadou`s e Joacine`s? Nós precisamos controlar as nossas fronteiras. Portugal não é contra a imigração, mas nós queremos, nós temos que ter controle e nós queremos os bons imigrantes. Nós queremos os Marcus Santos, os Luc Mombito, os Mithá Ribeiro [militantes mediáticos do Chega], nós não queremos Joacine`s e Mamadou`s.”
“Qual é o problema? A Europa é branca, assim como a África é negra. Qual é o problema?”
Xenofobia
Marcus Santos, nascido no Brasil, contou um episódio em que foi protagonista para provar que o Chega não é um partido que discrimine estrangeiros.
“Eu encontrei há pouco tempo uma senhora brasileira, também, e ela me disse: uau, que bom, um brasileiro na política portuguesa, olha agora já temos alguém para defender os brasileiros que vivem em Portugal. E, eu, `ohhh Jesus`… olhe, minha senhora, a senhora está equivocada, se eu quisesse defender os direitos dos brasileiros, eu estava no Brasil a lutar do lado da direita brasileira, a lutar do lado do ex-presidente Bolsonaro, e estaria com muito orgulho. Não estou na política portuguesa para defender o direito de brasileiros, indianos ou qualquer outro imigrante, como eu, que vive em Portugal. Estou em Portugal para defender os direitos dos portugueses, porque Portugal pertence aos portugueses.”
“Se você não consegue se adaptar, volta para a sua terra.”
Homofobia
Já perto do final do discurso, em modo de síntese da defesa do Chega e também para mostrar que não há homofobia no partido, Marcus Santos usou o sarcasmo.
“Para esses repórteres, de segunda categoria, que fazem um péssimo jornalismo, eu tenho uma resposta para vocês destes quatro anos de insulto, que vocês muitas vezes fomentam dentro da comunicação social: se o partido Chega fosse um partido racista e xenófobo, eu não estaria aqui. E se o partido Chega fosse um partido homofóbico, vocês não estariam aqui.”
Já esta semana, no dia 2 de março, o também conselheiro nacional do Chega publicou um tweet declaradamente racista na sua conta de Twitter.
É, assim, verdadeiro que Marcus Santos, dirigente do Chega no Porto, defendeu o seu partido das acusações de racismo, xenofobia e homofobia, mas fê-lo com declarações que se enquadram, precisamente, em algumas dessas tipificações de comportamento.
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Avaliação do Polígrafo:
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