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  • Circula nas redes sociais uma publicação em que se alega que o Papa Francisco, que passou recentemente mais de um mês internado num hospital italiano com graves problemas pulmonares, “assinou a sua carta de renúncia devido ao agravamento do seu estado de saúde”. “Estaremos perante um novo conclave papal?”, questiona a publicação. “O Vaticano confirmou que o Papa Francisco, de 88 anos, assinou a sua carta de renúncia devido ao agravamento do seu estado de saúde.” “O pontífice encontra-se hospitalizado no Hospital Gemelli, em Roma, por uma pneumonia bilateral causada por uma infeção bronquial polimicrobiana”, acrescenta a publicação. “Ainda que a sua condição seja estável e apresente uma ligeira melhoria, decidiu deixar a sua renúncia pronta para o caso de a sua saúde o impedir de continuar as suas funções.” “Seguindo o precedente de Bento XVI, esta decisão abala o mundo católico e desencadeia um turbilhão de reações globais”, conclui a publicação, que mostra também uma fotografia do Papa Francisco visivelmente debilitado. Contudo, a história não é exatamente assim. Vejamos, então, o que é verdade e o que não é verdade nesta publicação. Efetivamente, a renúncia do Papa Bento XVI, em 2013, terá aberto um precedente no que toca à Igreja Católica contemporânea, já que antes dele era necessário recuar até à Idade Média para encontrar outro exemplo de um papa a renunciar ao seu cargo. Igualmente, ao longo dos últimos 12 anos, não foram poucas as vezes em que o tema da eventual renúncia do Papa Francisco veio à baila. Eleito aos 76 anos de idade e com um historial de problemas de saúde graves e conhecidos, logo desde o início do seu pontificado circularam os rumores de que também Francisco acabaria, mais tarde ou mais cedo, por renunciar. Durante algum tempo, especulou-se que haveria ainda alguns obstáculos à renúncia: Francisco só o faria depois da morte de Bento XVI, depois da reforma institucional que estava a levar a cabo na Cúria Romana, depois do Sínodo 2021-2024 ou depois do Jubileu de 2025. Depois de Bento XVI, Francisco também vai renunciar? Tentativas de eleger Papa mais conservador e abertura da Igreja podem adiar saída Mas foi nos momentos de maior debilidade física, especialmente nas várias vezes em que Francisco já teve de ser internado, que o tema surgiu com mais força. O próprio Papa chegou a ironizar com esses rumores, quando, depois de ter sido internado no verão de 2021 para ser operado aos intestinos, voltou a surgir na imprensa italiana a ideia de que Francisco se preparava para renunciar. “Sempre que um Papa está doente, corre uma brisa ou um furacão de conclave”, disse numa entrevista à rádio espanhola Cope, na qual também assegurou que não lhe tinha passado pela cabeça a ideia de renunciar. Mas a grande revelação do Papa Francisco sobre a possibilidade da renúncia aconteceu em dezembro de 2022, quando deu uma longa entrevista ao jornal espanhol ABC em que pela primeira vez falou abertamente sobre o tema. Numa altura em que começava a surgir cada vez mais vezes em público em cadeira de rodas e em que se avolumavam as dúvidas sobre se tinha condições para continuar em funções, Francisco avisou que a Igreja se governa “com a cabeça e não com o joelho”. Contudo, questionado sobre o que aconteceria caso ficasse impedido de governar a Igreja por questões de saúde ou por um acidente, Francisco revelou pela primeira vez: “Já assinei a minha renúncia. Era [o cardeal] Tarcisio Bertone o secretário de Estado. Assinei-a e disse-lhe: ‘Em caso de impedimento por questões médicas ou algo mais, aqui está a minha renúncia. Já a têm.’ Não sei a quem a deu o cardeal Bertone, mas dei-lha quando ele era secretário de Estado.” Francisco lembrou que também Paulo VI e Pio XII fizeram gestos semelhantes quando eram papas. Perante a perplexidade dos jornalistas que o entrevistaram, Francisco confirmou: “É a primeira vez que o digo.” O cardeal Tarcisio Bertone foi secretário de Estado do Vaticano entre setembro de 2006 e outubro de 2013, mês em que foi sucedido pelo atual secretário de Estado, Pietro Parolin. Ou seja, a carta de renúncia do Papa Francisco foi entregue logo nos primeiros meses do seu pontificado, durante o ano de 2013, quando não tinha tido ainda os problemas de saúde atualmente conhecidos. Meses antes dessa entrevista, Francisco tinha dado uma outra entrevista em que tinha falado abertamente sobre a ideia de renunciar. Falando à cadeia televisiva mexicana Televisa, Francisco deu alguns detalhes sobre o que estava na sua mente: caso renunciasse ao pontificado, queria ser conhecido como bispo emérito de Roma, residir nas instalações da basílica de São João de Latrão (sede da diocese de Roma) e continuar o seu apostolado, visitando doentes e ouvindo confissões. Nestas condições, Francisco voltaria a vestir a batina preta que usava antes de ser eleito Papa e não pretendia ser conhecido como Papa emérito nem residir no Vaticano — algo que contrasta com a solução encontrada para Bento XVI, que viveu até ao final dos seus dias como Papa emérito no interior do Vaticano. O facto de Francisco ter falado abertamente do assunto voltou a alimentar as especulações sobre as intenções do Papa. Quanto à hospitalização mais recente, entre fevereiro e março de 2025, Francisco acabou por regressar à sua residência habitual, a Casa de Santa Marta, seguindo-se um período de cerca de dois meses de recuperação e fisioterapia respiratória. Em nenhum momento o Vaticano se pronunciou sobre a possibilidade de renúncia, embora alguns cardeais — incluindo o cardeal Gianfranco Ravasi — tenham dado entrevistas a colocar a possibilidade em cima da mesa. Conclusão É verdade que o Papa Francisco tem a sua carta de renúncia pronta desde o início do seu pontificado, tendo-a deixado ao cuidado da secretaria de Estado do Vaticano para ser usada em caso de impedimento médico ou acidente. Contudo, a publicação está errada ao dizer que Francisco “assinou a sua carta de renúncia devido ao agravamento do seu estado de saúde”. Na verdade, Francisco assinou a carta no início do pontificado antes de qualquer agravamento do seu estado de saúde, a título preventivo, para evitar um vazio de poder em situações excecionais, como tinham feito alguns dos seus antecessores na história. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ENGANADOR No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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