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| - Datada de 4 de março, a publicação em causa mostra um gráfico com dados sobre a “temperatura global estimada nos últimos 500 milhões de anos”. É a partir desse gráfico que se alega que “segundo os dados da NASA, a temperatura média da Terra baixou desde 2016, depois de um aumento de 1,06°C entre 1966 e 2016″.
Respondendo a pedidos de vários leitores, o Polígrafo verifica.
Os dados do gráfico foram recolhidos pelos investigadores Scott Wing e Brian Huber e apresentados em 2019, no Smithsonian National Museum of Natural History, em Washington D.C., Estados Unidos da América (EUA).
“É uma espécie de junção de diferentes tipos de observações, diferentes tipos de modelos, diferentes tipos de procedimentos e provavelmente diferentes suposições”, explicou Wing, citado pela revista “Science”.
Não há qualquer indicação de que os dados tenham origem na NASA, além de não irem além do ano de 2018.
Questionado pelo Polígrafo sobre esta matéria, o climatologista Carlos da Câmara sublinha:
“O que os climatologistas não só dizem, mas demonstram e as observações confirmam é que quando eu mudo o balanço energético da atmosfera por injeção de gases com efeito de estufa – o mais conhecido é o CO2 -, o que sabemos é que estatisticamente vai haver um aumento de temperatura e, sobretudo, um aumento de extremos de temperatura. Isto não quer dizer que não possa haver localmente, e em determinados períodos, diminuições de temperatura.”
“Sabemos que há erupções vulcânicas, por exemplo, erupções vulcânicas muito grandes. O que vai acontecer é que nós sabemos que os fumos vão tornar a atmosfera mais opaca à radiação solar. Ou seja, menos radiação vai entrar no sistema e isso normalmente tem como reflexo uma diminuição de temperatura”, exemplifica.
O climatologista adverte que não se deve confundir “eventos individuais com uma coletividade de eventos e o clima é sempre uma coletividade de eventos“.
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Avaliação do Polígrafo:
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