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| - Não foi gravado recentemente na Argentina o vídeo que mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sendo ovacionado por uma multidão que grita “queremos Bolsonaro presidente do Brasil”. As imagens foram registradas no aeroporto de Natal (RN) em 2017, quando o político ainda ocupava o cargo de deputado federal.
A filmagem descontextualizada acumulava mais de 350 mil visualizações no TikTok e 2.000 curtidas no Instagram até a tarde desta quinta-feira (23).
Olha meu presidente Bolsonaro chegando na Argentina. É o cara mesmo o mito a lenda.
Publicações nas redes mentem ao afirmar que um vídeo que mostra Bolsonaro sendo recebido por uma multidão em um aeroporto teria sido gravado recentemente na Argentina após a vitória do candidato de extrema-direita Javier Milei nas eleições presidenciais do país. As imagens, na verdade, foram registradas em junho de 2017, quando Bolsonaro visitou Natal (RN).
Por mais que Aos Fatos não tenha localizado o registro original, circulam nas redes diversas gravações de outros ângulos do mesmo momento. Na época, uma versão foi publicada pelo próprio Bolsonaro no X. O político, que se lançava como pré-candidato à Presidência da República, viajou para a capital potiguar para participar de um evento promovido pela União Nordestina dos Plantadores de Cana de Açúcar.
Tanto no vídeo compartilhado pelas peças de desinformação quanto nos outros registros, é possível identificar diversos elementos em comum: Bolsonaro usa as mesmas roupas, é acompanhado pelos mesmos seguranças e faz o mesmo gesto de colocar um par de óculos escuros enquanto é erguido pela multidão.
Indícios presentes nas imagens também apontam que a gravação foi feita no Brasil: as propagandas que aparecem no início do vídeo estão em português e é possível ver um guichê da locadora de carros Serra Dourada, que fica localizada na área de desembarque do aeroporto de Natal.
A mesma gravação já foi usada por outras peças de desinformação para inflar recepções do ex-presidente em outras localidades. Aos Fatos já desmentiu publicações que diziam que o vídeo teria sido registrado no Equador e nos Estados Unidos.
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