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| - “Não sabiam pois não? Sabia que a dor do parto é a pior dor que existe? O corpo humano só pode suportar 45 unidades de dor, mas no momento do parto uma mulher suporta até 57 unidades de dor, isto equivale a 20 ossos quebrados todos de uma só vez. Tome consciência, ame e respeite as mulheres! Só elas são capazes de suportar tanta dor por amor”, lê-se no texto da publicação.
Verdade ou falsidade?
De acordo com um artigo da “Snopes“, plataforma norte-americana de fact-checking, um grupo de investigadores da Universidade Cornell propôs uma medida de dor, denominada como “dol” (do latim dolor), em 1940. A escala de “dol” variava entre 0 e 10.5 e não entre 0 e 57 como se indica na publicação. A “dol”, entre outras escalas de dor, nunca foi muito popular pelo facto de a dor ser subjetiva e difícil de quantificar.
Ao Polígrafo, Rui Nogueira, médico especialista em Medicina Geral e Familiar e presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), admite desconhecer o tipo de escala referido na publicação. Contudo, o médico afirma que em contexto hospitalar são utilizadas escalas de 0 a 10 embora ressalve que são “muito subjetivas e arbitrárias”.
É comum ver-se uma escala de 0 a 10 em consultórios e pode ser útil para que os médicos tenham noção da dor do paciente, mas a subjetividade e imprecisão destas escalas são grandes. “Não temos uma régua propriamente dita que possa medir a dor”, destaca Nogueira. “A resistência das pessoas é diferente. Depende da suscetibilidade individual, depende da altura. Pode haver alturas em que a resistência é maior ou menor”, explica.
Porém, por mais que as pessoas sejam resistentes “há dores que são classificadas como muito fortes”, sublinha o especialista. Falamos, por exemplo, de dores de trauma, cólicas renais ou oncológicas.
Em conclusão, não se pode medir a dor de forma universal, tendo em conta que a resistência de cada pessoa é diferente. As escalas podem ser úteis se forem utilizadas sempre no mesmo doente, para se ter uma noção da variação da dor, mas não deixam de ser subjetivas e imprecisas. Além disso, a escala utilizada na publicação não tem qualquer validade científica.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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