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| - O que estão compartilhando: homem na Avenida Paulista diz que têm provas que vacinas matam e deixam sequelas em crianças. Ele também alega que os testes clínicos da Pfizer apontaram 1.291 efeitos colaterais, além das doses conterem metais como césio, cobalto e bário. A legenda diz “Médico vai pra rua e informa a população”.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Há consenso de que a vacinação contra covid-19 é segura e foi essencial na diminuição dos índices de óbito pela doença. Além disso, não é verdade que Pfizer divulgou documento com lista de 1.291 efeitos colaterais da vacina, ou que metais tóxicos foram identificados nas doses. Tanto a composição quanto os possíveis efeitos colaterais do imunizante são dados públicos, que podem ser acessados no Bulário Eletrônico da Anvisa.
Saiba mais: O conteúdo verificado aqui circula ao menos desde 30 de outubro de 2023 no Kwai. No dia 31 daquele mês, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a covid-19 passou a integrar o calendário nacional de imunização para crianças entre seis meses a menores de cinco anos. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, essa medida observou a baixa taxa de imunização e os índices de óbito e hospitalização dessa faixa etária no Brasil.
Uma das primeiras alegações do vídeo é que os relatórios clínicos da Pfizer teriam indicado 1.291 efeitos colaterais da vacina contra covid-19 – o que não é verdade. Esse número se referia a uma lista de enfermidades de especial interesse para monitoramento após aplicação da vacina, e não efeitos colaterais comprovados do imunizante.
Dados do VAERS
Citado em seguida no vídeo, o VAERS é o Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas dos Estados Unidos. O objetivo dessa plataforma é trabalhar junto com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), para analisar relatos de eventos adversos após uma pessoa ter sido vacinada. Qualquer pessoa pode relatar um caso ao VAERS, que só serão confirmados ou descartados depois.
O site oficial esclarece que o sistema não faz diagnósticos ou determina se uma vacina causou problemas de saúde. É somente um dos acessórios do governo estadunidense para levantar informações para o CDC e a FDA a respeito de padrões inesperados, que possam indicar um possível problema com determinado imunizante.
A página inicial do sistema encaminha para um texto oficial que confirma a segurança das vacinas em uso no país.
‘Conselho Mundial de Saúde’ não é uma entidade oficial
Para enganar sobre os imunizantes, o vídeo também cita como fonte o médico canadense Mark Trozzi, do Conselho Mundial de Saúde.De acordo com checagem do Projeto Comprova, trata-se de uma entidade não oficial que reúne grupos negacionistas e antivacina de vários países.
Em outubro de 2023, o Tribunal de Disciplina dos Médicos e Cirurgiões de Ontário (CPSO) concluiu que Trozzi praticou má conduta profissional por “ter conduta vergonhosa, desonrosa ou não profissional e deixar de cumprir o padrão de prática da profissão em relação às suas declarações sobre vacinas, tratamentos e medidas de saúde pública para a covid-19 em postagens nas mídias sociais, em seu site e em entrevistas”.
O conteúdo verificado aqui também já foi desmentido pela Lupa.
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