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| - Albert Bourla, CEO da Pfizer, é o protagonista de um vídeo que está a correr as redes sociais. No excerto que parece ter sido retirado de uma entrevista, ouve-se o responsável pela farmacêutica dizer que um dos objetivos traçados em 2019 ditava que “até 2023 iríamos reduzir o número de pessoas no mundo em 50%”. “Hoje, esse sonho tornou-se realidade”, acrescenta Bourla orgulhosamente.
Será o vídeo autêntico?
Este vídeo é manipulado, tendo sido retirada uma informação que muda por completo o sentido da afirmação. Na entrevista realizada durante o Davos Annual Meeting 2022 – cujo vídeo foi publicado no dia 25 de maio de 2022 – ouve-se a verdadeira afirmação de Bourla (aos 2:30 minutos de conversa): “Eu acho que isso é o cumprir de um sonho que tínhamos, em conjunto com os meus parceiros quando começámos. Na primeira semana em que nos conhecemos, em janeiro de 2019, na Califórnia, nós traçámos os objetivos para cinco anos. Um deles era que até 2023 iríamos reduzir o número de pessoas no mundo que não conseguem pagar medicamentos em 50%. Acredito que hoje, esse sonho tornou-se realidade.”
Assim, no vídeo que está a ser partilhado nas redes sociais foi propositadamente retirada a parte onde o CEO refere que a redução em causa diz respeito as “pessoas que não conseguem pagar medicamentos”. Momentos antes, Bourla tinha anunciado que a Pfizer iria entregar medicamentos e vacinas patenteadas aos 45 países mais pobres do mundo.
A redução da população mundial é também o tema de uma outra publicação que está a ser partilhada nas redes sociais. Segundo é afirmado num vídeo, a redução em 50% da população mundial é apontada como uma solução inscrita na Agenda 21 – um documento que resultou da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Eco-92 ou Rio-92.
Segundo um manual desenvolvido pela Agência Portuguesa do Ambiente e divulgado pela Direção-Geral da Educação (DGE), a Agenda 21 “constitui um documento orientador dos governos, das organizações internacionais e da sociedade civil, para o desenvolvimento sustentável, visando conciliar a proteção do ambiente com o desenvolvimento económico e a coesão social”. Também o Ministério do Meio Ambiente do Brasil disponibiliza um resumo da Agenda 21 onde não existe qualquer referência à redução da população mundial.
Por isso, é falso que o CEO da Pfizer anunciou que irá reduzir em 50% a população mundial até 2023, como é afirmado nas publicações que estão a circular no Facebook e noutras redes sociais. É também falso que este objetivo integre o acordo assinado pelas Nações Unidas em 1992, que ficou conhecido como Agenda 21.
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Avaliação do Polígrafo:
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