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  • “A tal falsa sensação de segurança que a estúpida geração atual egoísta e hipócrita está a matar as futuras gerações de evoluírem livremente e impedem as gerações ancestrais de morrer dignamente. Continuem a acreditar no que nos mentem nas televisões”, acrescenta-se na mensagem do post no Facebook, datado de 23 de fevereiro, com uma imagem mostrando três máscaras sobrepostas em que o pó de tijolo ainda assim “passa para dentro do nariz”. As máscaras cirúrgicas não são eficazes relativamente à infeção por Covid-19 porque o pó de tijolo passa através de três sobrepostas, como se sugere nesta publicação? Questionado pelo Polígrafo, António Braz Costa, diretor-geral do Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário (CITEVE), entidade responsável pela certificação das máscaras de proteção individual, ressalva que a informação “não é de todo suficiente para aferir o que poderá ter acontecido”, especialmente por não se saber se as máscaras são certificadas e foram devidamente utilizadas. No entanto, caso a utilização das máscaras tenha sido completamente adequada, Braz Costa admite que “é possível que este tipo de pós passem as máscaras“. Isto porque “não são de todo adequadas a esta utilização. As máscaras cirúrgicas estão pensadas para a filtração bacteriana e a sua capacidade de filtração é testada com bactérias com uma dimensão entre 2,7 e 3,3 milésimos de milímetro. O pó de tijolo pode perfeitamente apresentar partículas que incluem um leque muito variado de dimensões, nomeadamente as de dimensões muito inferiores, da casa das centenas de nanómetros (milésimos de milésimo de milímetro)”, explica. Na perspetiva de Braz Costa, porém, “não se pode fazer tal comparação” nestes termos. “Os vírus não viajam sozinhos, mas são transportados por gotículas. Estudos indicaram que a probabilidade de um vírus viajar numa gotícula inferior a um milésimo de milímetro é muito baixa, mesmo quando emanadas por infetado com uma média-alta carga viral. Assim, para proteger contra o vírus, não é necessário que a máscara filtre partículas à escala nanométrica“. Quanto à utilização de três máscaras em simultâneo, o diretor-geral do CITEVE salienta que é possível constatar “muitas utilizações erradas das máscaras cirúrgicas, deixando autênticas ‘vias verdes’ à passagem de ar não filtrado nas partes laterais da máscara ou junto ao nariz”. Mais, indica que a utilização de vários equipamentos em simultâneo “poderá não ter favorecido tal adesão ao rosto“. “As máscaras adequadas para uma utilização idêntica a esta são os respiradores, conhecidas como FFP1, FFP2 e FFP3 que não são dispositivos médicos, mas equipamentos de proteção individual. De resto, estas máscaras foram desenvolvidas exatamente para serem utilizadas em ambientes profissionais como aquele que depreendemos em que foram utilizados os equipamentos fotografados. Estão adaptadas à filtração de partículas a partir dos 100 nanómetros. Além disso, têm uma forma que facilita a adesão ao rosto e são testadas às fugas, isto é, são testadas para verificar que apresentam uma baixa entrada de ar não filtrado”, conclui. Em suma, a publicação sob análise reproduz desinformação. O pó de tijolo tem partículas com dimensões inferiores às gotículas que transportam o vírus, pelo que não faz sentido comparar as situações. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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