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| - A publicação em causa apresenta três exemplos de supostos “nazis” que terão sido promovidos a dirigentes do partido Chega:
“Luís Filipe Graça é presidente da Mesa da Convenção Nacional do Chega. Foi dirigente e fundador da organização neonazi ‘NOS’, cujo dirigente máximo foi Mário Machado, o mais conhecido skinhead português. Fundador da organização neofascista ‘Portugueses Primeiro’, em que figura o conhecido assassino de Alcindo Monteiro, João Martins, e colaborou com o ‘Escudo Identitário’. Na última Convenção Nacional do Chega encabeçou a lista da Mesa da Convenção Nacional”.
“Nelson Dias da Silva, secretário da Mesa da Convenção Nacional do Chega. Porta-voz da organização “Portugueses Primeiro”, fortemente influenciada por João Martins, condenado pelo assassinato do jovem negro Alcindo Monteiro e fundador da secção portuguesa do grupo nazi ‘Misanthropic Division’, liderado internacionalmente pelos nazis ucranianos do batalhão Azov. Na última Convenção Nacional do Chega integrou a lista da Mesa da Convenção Nacional”.
“Tiago Monteiro, dirigente nacional e líder do Chega em Mafra. Foi dirigente da organização ‘NOS’, liderada pelo skinhead Mário Machado, onde era responsável pelo concelho de Sintra. Atualmente, é responsável pela atividade do Chega em Mafra e membro do Conselho Nacional”.
“Estes são apenas três exemplos de dirigentes do Chega com ligações históricas ao movimento nazi em Portugal. Segundo notícias vindas a público e declarações de atuais e antigos dirigentes do Chega, em todo o país serão centenas de nazis, skinheads e neofascistas que se estão a juntar ao partido liderado por André Ventura”, acrescenta-se na mesma publicação.
E depois conclui-se: “André Ventura disse recentemente que não vai permitir que ‘pessoas ligadas a movimentos violentos e racistas possam ter lugar dirigente no partido’. Do que está à espera para os demitir? Ou, vai continuar a dar abrigo ao seus amigos nazis?”
Confirma-se que André Ventura “promove nazis a dirigentes do Chega”?
No essencial, a publicação baseia-se em factos confirmados, alguns dos quais revelados em primeira mão na edição desta semana da revista “Sábado”, em artigo intitulado da seguinte forma: “Ex-membros de grupos neonazis são dirigentes do Chega“.
“Há membros dos órgãos sociais do Chega que estiveram em partidos de extrema-direita e movimentos neonazis. E até estão a chegar centenas de militantes de extrema-direita”, informa-se nesse artigo.
“Peniche, 26 de abril de 2014. Durante uma saída precária da prisão de Alcoentre, onde cumpria uma pena de 10 anos, Mário Machado juntou-se a cerca de 50 figuras da extrema-direita portuguesa para constituir o Nova Ordem Social (NOS), o movimento neonazi que viria a liderar. E que chegou a ser mencionado num relatório da Europol sobre Portugal. Oito meses depois, Luís Filipe Graça, na qualidade de ex-membro do Conselho Nacional do Partido Nacional Renovador (PNR), viria a ser anunciado no primeiro site oficial do movimento como líder do núcleo de trabalho de Cascais, que tinha como objetivo a recolha de assinatura para formação de um partido. Foi a primeira formação da NOS, que viria a mudar ao longo dos meses após desentendimentos internos. Hoje em dia, Graça é presidente da Mesa da Convenção do partido Chega – e não é o único dentro do partido de André Ventura oriundo de movimentos e partidos de extrema-direita”, lê-se no mesmo artigo.
Questionado pelo Polígrafo sobre esta matéria, André Ventura respondeu assim: “Terei tolerância zero relativamente a pessoas que tenham pertencido a grupos neonazis. Já mandei investigar os casos divulgados e o partido através dos órgãos próprios agirá em conformidade“.
Em suma, o título da publicação desvia-se ligeiramente do princípio de objetividade e rigor jornalísticos – “Ex-membros de grupos neonazis são dirigentes do Chega” é um título mais correto do que “André Ventura promove nazis a dirigentes do Chega“, variante mais hiperbólica -, mas no essencial, repetimos, a publicação em análise difunde informação verdadeira. E indicando as respetivas fontes.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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