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| - No dia 16 de Junho de 1953 deu-se início a uma greve de trabalhadores da construção civil em Berlim Oriental. Em causa estava a contestação à precária legislação laboral imposta pelo regime comunista que governava a RDA. A paralisação, que começou por ser uma iniciativa localizada, transformou-se rapidamente num movimento pujante, alargando-se a outras zonas do país.
O dia seguinte, 17 de Junho, ficou para história pelo sangue que se derramou, fruto da reação violenta do regime contra os revoltosos, que atacaram instalações da polícia, os prédios da Stasi (os serviços de informação do regime) e algumas sedes de jornais. O regime contra-atacou duramente: uma coluna de tanques e de carros de combate instruídos para reprimir os contestatários de forma impiedosa fez 55 vítimas mortais, fazendo daquele dia um dos mais negros da história da Alemanha.
Para homenagear os mortos, o grupo parlamentar do PSD propôs esta semana na Assembleia da República a aprovação de um voto de pesar. “A memoria de todos os cidadãos que perderam a vida e que ficaram gravemente feridos. Bem como o futuro da defesa dos Direitos Humanos deve ser respeitada acima de toda e qualquer diferença ideológica, devendo as democracias promover a educaçãoo das gerações mais jovens na observância destes valores, particularmente quando se assiste atualmente a movimentos de protesto onde milhões de cidadãos clamam nas ruas por liberdade e democracia, contra sistemas totalitários”, pode ler-se no texto proposto para votação.
“Um acto de expressão de liberdade em 1953, reprimido pelas forças soviéticas com toda a brutalidade comunista, foi avaliado em 2019 com o negacionismo do PCP e o cinzentismo do Bloco. São estes os parceiros do governo socialista em Portugal”, afirma a social-democrata Rubina Berardo ao Polígrafo.
Mas se o PS, o PSD e o PAN foram sensíveis a esta argumentação, aprovando o voto de pesar, o mesmo não pode dizer-se do PCP, do BE e dos Verdes: o primeiro votou contra; os restantes abstiveram-se.
Reagindo no Twitter, a deputada e vice-presidente da bancada social-democrata, Rubina Berardo, publicou o texto do voto de pesar, acompanhado da seguinte observação: “Para memória, deixo aqui os sentidos de voto, que acabou de acontecer no parlamento: Contra: PCP; Abstenção: BE e PEV; Favor: restantes.”
[twitter url=”https://twitter.com/rubina_eb/status/1142035058297057280″/]
Em declarações ao Polígrafo, a deputada madeirense, que foi a autora do articulado, acrescenta que “um acto de expressão de liberdade em 1953, reprimido pelas forças soviéticas com toda a brutalidade comunista, foi avaliado em 2019 com o negacionismo do PCP e o cinzentismo do Bloco. São estes os parceiros do governo socialista em Portugal….”
Avaliação do Polígrafo:
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