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  • Não é a primeira vez (nem será a última) que as redes sociais conseguem dar nova vida a artigos publicados há vários anos. Se em alguns deles o problema é que a notícia é datada e apresentada fora de contexto, noutros, como neste caso que se segue, a informação é falsa logo à partida. Há ou não um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que prova que o direito ao porte de arma reduz a criminalidade? Não há, nem nunca houve. Não era verdade em 2012, quando a notícia foi espalhada pelas redes sociais pela primeira vez, e continua a não ser verdade em 2020. Desta vez, a publicação surgiu no site Sempre Questione em 2016, e foi assinalada pelo Facebook como potencial fake news por estar de novo a ser partilhada na rede social. No artigo, com o título “Cientistas de Harvard afirmam e comprovam em estudo que porte de arma reduz criminalidade”, escreve-se que a universidade norte-americana “divulgou recentemente um estudo que comprova que, quanto mais armas os indivíduos de uma nação têm, menor é a criminalidade”. E afirma-se ainda: “Em outras palavras, há uma robusta correlação positiva entre mais armas e menos crimes. Isso é exatamente o oposto do que a mídia quer nos fazer acreditar.” Segundo o mesmo site, o estudo em causa — seguindo os links chega-se a um documento da autoria de Don Kates e Gary Mauser escrito em 2007 — foi publicado na revista Harvard Journal of Law & Public Policy e relata que os países que têm mais armas tendem a ter menos crimes. O que é então falso? Quase tudo. Comecemos por dissecar a frase “cientistas de Harvard afirmam e comprovam em estudo que porte de arma reduz criminalidade”. O sujeito está, desde logo, errado. Don Kates e Gary Mauser não são cientistas de Harvard. O primeiro, advogado e criminologista norte-americano (morreu em 2016 aos 75 anos), foi sempre defensor da atual política de armas dos EUA, tendo escrito vários livros sobre o assunto. Deu aulas de criminologia, mas numa universidade de Saint Louis, não em Harvard. Mauser, também criminologista, é canadiano, professor emérito na Simon Fraser University (Colúmbia Britânica, Canadá), e também defensor do direito de porte de arma. O artigo que ambos escreveram, em 2007, foi publicado numa revista editada por estudantes, a Harvard Journal of Law & Public Policy, que não faz a chamada peer review (revisão dos pares) aos artigos publicados, como tem de ser feito nos estudos científicos. Assim, o texto de Kates e Mauser não responde aos critérios básicos de um estudo académico, nem sequer foi publicado numa revista especializada, mas numa que se assume como um fórum de discussão de ideias. Não pode, por isso, ser considerado um estudo — e essa é mais uma inverdade da frase divulgada pelo Sempre Questione. Em 2015, o site Trace — organização independente e sem fins lucrativos que se dedica a cobrir notícias sobre violência com armas nos EUA — apontava “sérias falhas” e acusava Kates e Mauser de fazerem “várias alegações bizarras e obviamente falsas”, como os dados sobre o Luxemburgo que estavam errados. E aqui surge o terceiro problema da frase analisada: se os dados não estão corretos, e se não se trata de um estudo, os autores não “comprovam” nenhuma das suas teorias que, nestas circunstâncias, não passam de opinião. Conclusão: Completamente falso. O documento apontado não é uma investigação levada a cabo por cientistas de Harvard, nem sequer pode ser considerado um estudo — foi publicado numa revista editada por estudantes, a Harvard Journal of Law & Public Policy, que não faz a chamada peer review (revisão dos pares) aos artigos publicados, como tem de acontecer nos estudos científicos. Já os autores são dois conhecidos defensores do porte de arma e que ao longo do documento citam informação não credível para fazer comparações internacionais e chegar à conclusão pretendida: a de que banir as armas de uma sociedade não iria reduzir as taxas de suicídio e homicídio. Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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