schema:text
| - “Hoje, finalmente, o sr. ministro das Finanças [Fernando Medina] dignou-se a vir à Câmara. E dignou-se a vir, não sei se de Bruxelas ou de outro sítio qualquer, para assistir à votação e à aprovação do Orçamento com uma maioria absoluta. Mas à hora a que se senta aqui, Fernando Medina, sabe que temos a 12.ª maior dívida pública do mundo. Sabe também que corremos o risco de nos tornarmos no terceiro país mais pobre da União Europeia (UE)”, declarou Ventura no encerramento da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022.
Isto ao mesmo tempo que, defendeu o líder do Chega, se cogitam “semanas de quatro dias de trabalho”, “subsídios para quem não quer trabalhar” e “o contínuo engordar da máquina do Estado”. De acordo com Ventura, Portugal está “no caminho da bancarrota” e “da destruição”, num percurso semelhante ao do “último Governo socialista”.
Entre 2001 e 2021 este número subiu de 57,4% para 116,6%, tendo vindo a aumentar quase ininterruptamente com apenas três excepções: ligeiras descidas entre 2006 e 2007 e entre 2014 e 2015; e uma descida mais acentuada entre 2016 e 2019.
Ora, tal como o Polígrafo já verificou, a dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) empurrou Portugal, nos últimos anos, para o grupo de economias com os valores mais elevados do mundo. Entre 2001 e 2021 este número subiu de 57,4% para 116,6%, tendo vindo a aumentar quase ininterruptamente com apenas três excepções: ligeiras descidas entre 2006 e 2007 e entre 2014 e 2015; e uma descida mais acentuada entre 2016 e 2019.
Em 2020 foi batido novo recorde e a dívida pública atingiu os 135,2% do PIB nacional, baixando para 127,5% no ano seguinte. Agora, em 2022, o que nos dizem os valores? Será que Portugal registou mesmo a 12.ª maior dívida pública do mundo? E será que esta era a posição ocupada em 2010, na véspera da chegada da troika?
O Polígrafo fez o levantamento dos dados reunidos pelo FMI e verificou que Portugal estava, em 2010, na 12ª posição do ranking de países com maior dívida pública: um total de 100,2% do PIB. À frente do território português estavam Nauru (243,2%), Japão (205,7%), Eritreia (198,4%), Grécia (147,5%), Jamaica (143,7%), Ilha de São Cristóvão (141,7%), Líbano (136,8%), Islândia (133,1%), Itália (119,2%), Barbados (108,9%) e Bélgica (100,3%).
O Polígrafo fez o levantamento dos dados reunidos pelo FMI e verificou que Portugal estava, em 2010, na 12ª posição do ranking de países com maior dívida pública: um total de 100,2% do PIB.
Como já vimos, desde 2010 até 2014 o crescimento foi brutal e, nesse último ano, foram atingidos 133% do PIB em dívida pública. A partir de 2016 e até 2019 Portugal conseguiu reduzir a dívida de 131,5% até aos 116,6%, um número que só voltou a aumentar em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19.
Em 2022, os dados do FMI mostram que Portugal conseguiu baixar a dívida pública, fixando-a, até agora, nos 121,6%. Este número volta a colocar Portugal na lista de países com maior dívida pública do mundo, mais precisamente na 13ª (e não 12ª) posição. Nos lugares de topo estão o Sudão (284,1%), o Japão (262,5%), a Grécia (185,4%), Cabo Verde (159,2%), Eritreia (151,9%), Itália (150,6%), Butão (133,5%), Suriname (132,2%), Singapura (130,9%), Maldivas (129,2%), Estados Unidos (125,6%) e Barbados (125,4%).
Nos anos anteriores, em que os valores já estão fixados, Portugal ficou na 13ª posição (2021), 14ª posição (2020), 11ª posição (2019), 10ª posição (2018), 9ª posição (2017), 7ª posição (2016 e 2015), 8ª posição (2014 e 2013), 7ª posição (2012) e 10ª posição em 2011.
|